Brasil

Sputnik V causou 92% dos eventos adversos na Argentina

Os números foram apresentados pelo presidente da Anvisa durante o seu depoimento na CPI da Covid

11 MAI 2021 • POR Brenda Assis • 12h54

O presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres, afirmou, nesta terça-feira (11), que 92% do total de eventos adversos registrados em pessoas vacinadas na Argentina ocorreram da aplicação de doses da vacina russa Sputnik V. Ele presta depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid.

“Da Argentina, vem uma informação que é bastante relevante e nós temos que ter atenção. A vacina Sputnik V comparece com um percentual de 57% de toda vacinação. Entretanto, dos eventos adversos apontados, veja bem não estou falando de eventos adversos graves, ela [a vacina russa] comparece com 92%”, explicou.

Segundo Barra Torres, os números decorrem de solicitação feita pela agência reguladora aos países que já encomendaram doses dos imunizantes.

O diretor-presidente afirmou que, dos 58 países que já compraram as vacinas, 24 responderam que não estão utilizando a Sputnik V. “Onze dos 58 países não responderam. Os países que estão efetivamente usando estão aplicando quantitativo pequeno”.

Ele lembrou que a vacina russa é a primeira registrada no mundo, em agosto de 2020. Isso, no entanto, não implica dizer que o imunizante é seguro, conforme o diretor da agência. “Corrida vacinal não é quem larga na frente, é quem chega na frente”, enfatizou.

Barra Torres é o quarto depoente da CPI da Covid-19. Antes, os senadores ouviram os esclarecimentos dos ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, além do atual chefe da Saúde, Marcelo Queiroga.

Agenda

Nesta semana, o colegiado também realiza oitivas com o ex-secretário de Comunicação Social Fábio Wajngarten e representantes da farmacêutica Pfizer.

O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello só será ouvido em 19 de maio, uma vez que teve contato com duas pessoas infectadas pelo novo coronavírus.

A CPI da Covid-19 tem o objetivo de investigar as ações e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia e, em especial, no agravamento da crise sanitária no Amazonas com a ausência de oxigênio, além de apurar possíveis irregularidades em repasses federais a estados e municípios.