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Apesar de internacional, aeroporto de Campo Grande está longe de ser o ideal

28 NOV 2010 • POR • 01h28
As reclamações são variadas, mas as principais dizem respeito às poucas vagas no estacionamento, horários de vôos mal organizados, checking lento, lotação na sala de embarque e pequena frota de táxi De acordo com algumas pessoas entrevistadas pelo Jornal de Domingo, durante grande parte do dia o aeroporto não oferece vôos concentrando a maioria no período da manhã e a noite, o que além de gerar tumulto no local, atrapalha a vida dos taxistas e de passageiros que têm que aguardar por várias horas até conseguir uma condução para levá-los ao destino. Atualmente a frota de táxi no local contempla 28 carros que só tem conseguido atender razoavelmente bem durante o dia. Tudo isso devido à concentração de vôos no período noturno. “A noite falta carro devido aos horários dos aviões que chegam todos de uma vez e tumultua. Das 16 às 18 horas fica sem vôo e a noite chega atropelando tudo. Se tivesse um intervalo de pelo menos 30 minutos entre os vôos já seria suficiente”, reclamou o taxista José Roberto Reis. Para o gerente de vendas Gustavo Siqueira há algum tempo o aeroporto de Campo Grande não comporta a demanda. “Já está na hora de pensar em modernização e ampliação. Um aeroporto que se diz internacional tem que melhorar e muito. Se não estão conseguindo atender nem a demanda local, imagina receber pessoas de outros países”, argumentou. Siqueira diz ainda que dentre as melhorias que acredita ser a saída para melhoria do aeroporto, estão o aumento da frota de táxi aéreo, estrutura interna, aumentar o número de funcionários do cheking, que segundo ele é muito lento e ampliar o estacionamento. “Do jeito que está já não comporta mais”, acrescenta. O aposentado Celso José Urio também compactua do pensamento de Siqueira e acredita que é preciso modificar. “O aeroporto está muito pequeno. Tem dias que não dá nem para andar e ainda não há vagas no estacionamento”, afirma. Segundo os entrevistados, se nos dias “normais” já está deste jeito imagina com a chegada do final de ano, momento em que as pessoas costumam realizar viagens de férias, além de passar as datas festivas de natal e ano novo na companhia dos familiares. A astróloga Silvia Juraski, por exemplo, adora viajar de avião e já está preocupada com a situação que terá que enfrentar no final do ano. “Eu sempre estou aqui no aeroporto, gosto do local, mas acredito que sempre pode melhorar. O problema que vejo hoje é que os vôos partem tudo no mesmo horário causando certo tumulto”, ressalta a astróloga na companhia da estudante Tatiana Haddad que também confirma o problema. Outra grande reclamação dos usuários do serviço está ligada ao estacionamento, que segundo eles, além de ter pouca vaga, é cobrado e não tem cobertura. Atualmente o estacionamento é administrado pela empresa Jet Car e possui uma parte coberta e outra sem cobertura. Para deixar o carro no local por até uma hora, paga-se R$ 4,00. Após uma hora é cobrado R$ 1,00 por hora, sendo a diária do estacionamento coberto custa R$ 25,00. Nossa reportagem entrou em contato com a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), que administra o aeroporto desde 1975, mas até o fechamento desta edição não recebeu uma resposta da empresa quanto a previsão de melhorias, uma vez que, segundo o gerente de operações de segurança Rubens Martins, antes de repassar qualquer resposta, a regional que fica em Campo Grande tem que aguardar um posicionamento da matriz que fica em Brasília. De acordo com informações encontradas no site da Infraero, o Aeroporto Internacional de Campo Grande, a última reforma no local aconteceu no final da década de 1990, época em que passou de 5.000m² para 6.082m², com a criação da ala internacional. A operação do Aeroporto Internacional de Campo Grande é compartilhada com a Base Aérea. Acredita-se que a dificuldade de reforma fica ainda maior, já que a prioridade serão os aeroportos das cidades que irão sediar a copa do mundo.