Economia

Restaurantes são o primeiro alvo da “retomada econômica”

Na FIEMS, palco da reunião, Abrasel pede linha de crédito e flexibilização de horário como apoios importantes

18 MAI 2021 • POR Gabrielly Gonzalez, com informações da assessoria • 07h53

Representantes do segmento de bares e restaurantes estiveram reunidos na noite de segunda-feira (17), na sede da FIEMS (Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul), em Campo Grande, para definir as estratégias necessárias à recuperação econômica do setor. Essa foi a primeira de uma série de encontros que vão ocorrer também em Bonito, Corumbá, Dourados e Três Lagoas.

De acordo com o presidente da FIEMS, Sérgio Longen, o conjunto de reivindicações dos empresários desses municípios será levado ao governo do Estado, às prefeituras e às subsidiárias de água, energia e gás.

Presidente da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), Juliano Wertheimer pontuou 3 fatores de suma importância para a retomada da economia no setor. “Flexibilização de horário; precisamos que vá até meia noite para ter uma condição mínima de faturamento”, explanou.

Além disso, o presidente da Abrasel disse que o setor precisa de auxílio tributário, como isenções de taxa de alvará, IPVA de veículos de bares e restaurantes até redução de cálculo de base de ICMS. Como terceiro ponto, Juliano declarou que o setor precisa de uma linha de crédito. “De baixo custo, longo prazo e pouco requisito, para que com esse capital o setor possa pagar algumas contas e repor o capital de giro e estoque de bares e restaurantes”, completou.

José Thomaz, dono do Thomaz Lanches, esteve presente na reunião e ressaltou a importância dos pontos levantados para que bares e restaurantes possam voltar a trabalhar, levando em conta que eles têm condição de manter a biossegurança dos locais.

“Esperamos que tenham sensibilidade, principalmente do Estado e que os assuntos cobrados sejam analisados, principalmente o horário de funcionamento”, ressaltou.

“Nossa expectativa é que a gente possa voltar, não na condição de dois anos, porque isso sabemos que levará mais tempo, mas a chance de trabalhar com mais flexibilidade [no horário] e menos custos, como impostos menores”, finalizou o empresário, Thomaz.

Crédito está entre os principais problemas apontados pelo empresariado

Longen afirmou que ficará a cargo do grupo citado a análise das reivindicações e, à medida em que as ações avançarem, também serão convidados a contribuir o Banco do Brasil e a Caixa Econômica, considerando que o crédito foi um dos principais problemas apontados pelo empresariado. Além do crédito, os empresários também destacaram os tributos e o horário de funcionamento como gargalos para a continuação na atividade.

 O secretário de Estado de Infraestrutura, Eduardo Riedel, afirmou que o governo do Estado está ciente das dificuldades do setor e que serão discutidos com o executivo pontos como o ICMS, IPVA e as questões do horário de funcionamento. “É preciso reduzir a base de cálculo do setor, não adianta apenas dar desconto. Também é preciso tratar sobre o IPVA da frota de bares e restaurantes. E esses pontos dependem de matemática. Ou seja, saber até onde o Estado pode renunciar. Agora, o ponto mais sensível é o horário, porque estamos tratando sobre a saúde”.

Reivindicações serão levadas também para a Secretaria de Fazenda

Já o Secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck, adiantou aos empresários que serão analisadas legislações específicas para beneficiar o setor. “O governador nos autorizou a olhar para o setor e vamos levar as ideias discutidas hoje aqui, que foram excelentes, para discutir também com a Secretaria de Fazenda”.

Ainda segundo Jaime Verruck, o governo do Estado também está estudando a renegociação do FCO (Fundo Constitucional do Centro-Oeste), que os empresários já têm direito. Por parte do Sebrae, será estudado o cadastramento dos moto entregadores e será disponibilizada a análise da capacidade de pagamento para enquadramento no Pronamp (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte). O programa será reaberto, como especificou o superintendente do Sebrae, Cláudio Mendonça.

 Durante o encontro, os empresários apontaram as dificuldades para o pagamento das contas de energia elétrica. Sobre a questão, o diretor-presidente da Energisa, Marcelo Vinhais, afirmou que a empresa está aberta a renegociar caso a caso, conforme as necessidades específicas do empresário.

O presidente da FIEMS Sérgio Longen enfatizou que o evento ainda é o primeiro de uma série de encontros que têm como objetivo contribuir com a recuperação econômica do Estado. O próximo passo será ouvir artistas e, da mesma forma, apontar caminhos em conjunto com entidades, a Federação e os executivos municipais e estadual.

Estiveram presentes no evento, na Casa da Indústria, os secretários Eduardo Riedel, da pasta de Infraestrutura do Governo de Mato Grosso do Sul, e Jaime Verruck, da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar. Também participaram da reunião o superintendente do Sebrae, Cláudio Mendonça; o presidente da Fecomércio, Edison Araújo; da Faems, Alfredo Zamlutti; da Abrasel, Juliano Werhimer; e da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, Paulo Corrêa; Alfredo Zamlutti da Federação das Associações Empresariais; e o diretor-presidente da Energisa, Marcelo Vinhais.