Polícia

Operação contra pedofilia prende 30 pessoas só em Campo Grande

Só em 2019, foram instaurados 1.657 inquéritos policiais, 78% foram para apurar abusos em crianças e adolescentes

18 MAI 2021 • POR Marcos Tenório • 12h09
Dyego Queiroz/G1 MS

A Operação Araceli, deflagrada na manhã desta terça-feira (18), prendeu 20, outras 10 já haviam sido presas na semana passada. A ação contou com a participação de 150 policiais militares. Foram 128 policias civis que participaram da operação, eles foram divididos em 27 equipes. "Foram 20 pessoas que eram condenadas foram presos só em Campo Grande", disse a delegada Rozeman Geise Rodrigues de Paula. Os mandatos foram expedidos pela 7ª Vara Criminal de Campo Grande.

Durante uma coletiva no Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), o promotor de justiça, Marcos Alex Vera de Oliveira, revelou que só em 2019, foram instaurados 1.657 inquéritos policiais, 78% foram para apurar abusos em crianças e adolescentes, 8% é sobre compartilhamento de pornografia, e 14% outros crimes. 

Os dados divulgados mostram que 96% das vítimas são do sexo feminino, somente 4% são do sexo masculino. São ainda 74% crianças de 6 a 13 anos, e 13% de 13 a 17 anos e ainda outros 13% de 1 a 5 anos. Oliveira disse ainda que 93% possuem vínculos familiares.

A Delegada Marilia de Brito Martins, ressaltou a importância da rede de proteção a criança e ao adolescente, "tem uma grande responsabilidade de proteger e impedir que esses crimes não aconteça, e encaminhar elas para os abrigos, para a tutela da justiça e que elas permaneçam em segurança", falou. Ela lembra ainda que a responsabilidade não é só da rede de proteção, "é da sociedade, do estado e da família como um todo, é por isso que temos que divulgar todos os dias para que um crime tão grave seja tão recorrente na nossa sociedade", ressaltou Marilia.

A Operação “Araceli” integra as ações do “Maio Laranja”, mês de combate à exploração e ao abuso sexual de crianças e adolescentes. 

Operação “Araceli”

Batizada de Operação “Araceli”, a ação lembra o caso da menina brasileira Araceli Cabrera Sánchez Crespo, assassinada em 18 de maio de 1973, aos 8 anos de idade, na cidade de Serra, no Espírito Santo. O corpo da criança foi encontrado somente seis dias após o crime, desfigurado por ácido e com marcas de violência e abuso sexual. Os acusados pelo crime foram absolvidos e o processo arquivado pela Justiça, fato que instituiu o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.