Saúde

“Vacina 1 protege 2”, lactantes pedem prioridade na fila de vacinação da covid

Criadora do movimento em MS diz que também é uma estratégia econômica e capacidade de impacto é dobrado

21 MAI 2021 • POR Gabrielly Gonzalez • 11h35
Imagem Ilustrativa

Há muitos anos vacinas são conhecidas por salvarem vidas. Com o novo vírus que se espalhou pelo mundo, especialistas viram, como única solução, para acabar com o coronavírus, que vem somando mortes atrás de mortes mundialmente, a imunização em massa da população.

No Brasil, o plano nacional de imunização (PNI) tem vacinado pessoas que estão listadas como prioridades, como idosos, indivíduos com comorbidades, profissionais da saúde etc.

No entanto, há alguns dias, lactantes de todo o Brasil estão se mobilizando para reivindicar prioridade na fila de vacinação. Aqui em Mato Grosso do Sul, a movimentação em defesa da vacinação contra a Covid-19 para todas as lactantes, com e sem comorbidades foi incentivada pelo movimento nacional, que teve início em Salvador – BA, onde já se colhem frutos de toda a empreita.

Atualmente, existem grupos de "Lactantes pela Vacina" em diversos Estados do Brasil, no Rio de Janeiro já chegam a 20 mil integrantes.

Segundo as mães que amamentam, uma dose da vacina imunizará duas pessoas, pois, de acordo com dados científicos, anticorpos do imunizante é passado pelo leite materno, o que leva a aceleração da imunização coletiva.

Movimento também leva em conta recomendações de órgãos como Organização Mundial da Saúde e Sociedade Brasileira de Pediatria, que contraindica do uso de máscara por bebês menores de 2 anos, o que os torna mais vulneráveis ao contágio e também vetores de transmissão.

Laura Cohen, de 34 anos, é a criadora do movimento que apoia e busca a inclusão das mães lactantes na prioridade de vacinação aqui no estado do Mato Grosso do Sul. Laura tem um filho de 2 anos e 3 meses e entende que seu apoio nesta causa é justamente por fazer parte do grupo de lactantes e entender sobre as dificuldades e vulnerabilidades de uma mãe lactante e seus filhos.

“Por compreender os inúmeros benefícios do aleitamento materno, especialmente nesse período de crise sanitária. Estudos recentes comprovam que os anticorpos produzidos pela vacina são transmitidos através do leite materno. Aleitamento é saúde”, justificou Laura.

“Além disso, a máscara não é recomendada a menores de 2 anos. O que torna nossos filhos ainda mais vulneráveis”, ressaltou.

Outro ponto que Laura vê, é a estratégia econômica e capacidade de impacto dobrado, visto que a vacina em uma mãe lactante protegerá ao menos duas pessoas, a mãe e seu filho.

Para ajudar às mães lactantes a conseguirem a prioridade, o grupo criou um abaixo-assinado, que pode ser apoiado por qualquer pessoa que se identifique com o manifesto.

Em MS, o grupo de mães já conta com o apoio de vereadores do interior do Estado, influencers e mais de 750 assinaturas. O movimento pretende chegar à meta de 10.000 assinaturas em poucos dias no abaixo assinado que está disponível neste link.

Outras informações podem ser conferidas pelo Instagram ou pelo grupo criado no WhatsApp.

Confira o depoimento de outras mães que fazem parte do grupo “Lactantes pela vacina”:          

Ketleym Danita, advogada e recentemente mãe aos 35 anos de idade: “Há anos eu esperava pela maternidade, sonhei com o dia em que de fato estaria à espera de um filho ou filha. Casei, estudei, trabalhei e finalmente pude realizar o meu maior desejo, me tornar Mãe. Descobri a gestação logo nos primeiros meses da pandemia covid-19, imensamente feliz com a boa nova, profundamente temerosa pelo vírus misterioso. Durante a gestação eu mantive todos os cuidados, inclusive com o distanciamento e, muito confiante que até o nascimento do meu filho tudo estaria de volta ao normal. Infelizmente isso não ocorreu. A doença a avançou, muitas vidas foram ceifadas, neste momento todos corremos riscos e não é possível saber como cada pessoa irá reagir ao vírus e a cada momento mais pessoas saudáveis e sem comprometimentos estão padecendo. Eu fui uma gestante na pandemia e hoje uma mãe convivendo com a angústia que esse vírus nos causa, contudo, confiante. Em nome de todas as vidas perdidas, nós, Mães que amamentam e que, comprovadamente além de nutrir, reforçamos todo o sistema imunológico dos nossos filhos através do leite materno, merecemos fazer parte do grupo prioritário de vacinação! Vacina salva vidas, mães lactantes vacinadas protegem suas famílias em dobro, triplo! Ketleym, mãe do Emanuel de seis meses.

Julia Butinhol, 25 anos e mãe de uma menina de 1 ano e 5 meses: “Eu sou alimento, acalento, abrigo e o principal: proteção! Sim, proteção!! Já que foi comprovado cientificamente que o leite materno (independente da idade da criança e de quanto tempo ela está sendo amamentada) é rico em anticorpos (dentre outros) o que protege muito as crianças que ainda estão em formação imunológica. Em vista disso, é muito importante e essencial a vacinação contra a covid 19 em Lactantes. Vacina 1 protege 2”.

Brenda Oliveira Soares, 21 anos e uma filha de um ano e dois meses. “Eu estou apoiando está movimentação de TODAS as mães lactantes pela vacinação contra o covid-19 porque sabemos que a vacina salva vidas, assim como idosos, gestantes, puerpério estão na prioridade em tomar a vacina, as mães lactantes também precisa ser do público prioritário pelo simples fato de que se a mãe tomar a vacina automaticamente o bebê terá anticorpos contra o covid-19. A estudos que comprovam isso e eu e todas as mães lactantes de todas as idades de seus filhos querem proteger nossos filhos”.

Monik Schimidt Roth, advogada, 36 anos. “Desde o primeiro dia de vida o Heitor recebe exclusivamente leite materno, optei por amamenta-lo por saber de todos os benefícios que a amamentação traz. E agora sabendo que eu sendo vacinada poderei passar anticorpos pelo leite a ele me traz um acalento e esperança diante de todos os riscos da covid-19. Quando nos tornamos mães tudo o que mais queremos é proteger nossos filhos e ser vacinada me dá a possibilidade de protegê-lo. Por tudo isso o movimento Lactantes pela vacina é uma causa tão legítima e válida, por trazer a diversas Lactantes este renovo de esperança”. Mãe do Heitor, de 3 meses e 14 dias.