Cultura

Por meio da dança, grupo narra histórias vividas no maior hospício do Brasil

O projeto de dança “Crônico Social”, que será lançado neste sábado (19) às 20h

17 JUN 2021 • POR Brenda Assis • 17h35
Por meio da dança, grupo narra histórias vividas no maior hospício do Brasil - Reprodução/Luan Saraiva

Para contar a história do chamado “Holocausto Brasileiro”, ocorrido no Hospital Colônia de Barbacena, ficou conhecida em todo o Brasil devido as condições sub-humanas que os pacientes eram tratados, ocasionando na morte de aproximadamente 60 mil pessoas, sendo que 70% desses não possuíam diagnóstico de transtorno psicológico algum, foi criado o projeto de dança “Crônico Social”, que será lançado neste sábado (19) às 20h.

A criação é do diretor e produtor Juliano Candia Pedrozo, que contará ainda com os bailarinos Mayara Matoso, Elinei Morais, Douglas Dutra e Danilo Nogueira contarão as histórias trágicas daquela realidade. “A ideia passa longe de tudo o que a gente costuma ver na cena artística da dança e um assunto importante e esquecido ou muitas vezes desconhecido por grande parte da população”, declarou Danilo.

De acordo com Juliano, o que ocorreu no Hospital Colônia não é uma realidade isolada. “O hospício em questão se reproduz em vários outros lugares, às vezes com pequenas diferenças e nomes sofisticados. Esta obra é um depósito de improdutivos de uma maneira geral, de inadaptados, de indesejáveis e de desafetos, todos aqueles que por um ou outro caminho se desviam daquilo que chegamos de normalidade. Aqui ele é confinado para sempre e recebe um rótulo, crônico social”, pontua.

Ainda segundo o diretor, o projeto aborda a dificuldade de uma sociedade em aceitar o diferente e que, por isso, o define e exclui. “O ‘eu’ é violado e devassado a todo momento. O monopólio da loucura funda-se no controle da irracionalidade. Eram considerados loucos os esquizofrênicos, mendigos, homossexuais, drogadictos e outros dissidentes sociais; este trabalho expressa a sociedade que está inserida que é incapaz de suportar as diferenças, demonstrando assim todo o seu poder de opressão”.

Mais informações estão disponíveis nas redes sociais do diretor (@julianocandiapedrozo) ou no link direto youtube.