Geral

"A pandemia tem sido, sim, mais cruel com as mulheres", diz Luciana Azambuja

Subsecretária de Políticas Públicas para Mulheres do Estado falou sobre o Mapa do Feminicídio de Mato Grosso do Sul

22 JUN 2021 • POR Joilson Francelino • 12h12
A subsecretária de Políticas Públicas para Mulheres do Estado, Luciana Azambuja - Arquivo

A subsecretária de Políticas Públicas para Mulheres do Estado, Luciana Azambuja, falou durante a sessão desta terça-feira (22), na Câmara Municipal, sobre o Mapa do Feminicídio de Mato Grosso do Sul: um mapeamento das mortes violentas de mulheres, tipificadas como feminicídio, ocorridas no Estado no ano de 2020. Segundo ela, a violência doméstica e familiar “independe de idade, cor ou religião”.

“Não poderia me furtar em trazer essa conversa para a Capital do Estado, com quase um terço da população. Que a gente consiga unir esforços. A pandemia tem sido, sim, mais cruel com as mulheres. Não é uma questão de justiça ou segurança pública: é uma questão de cidadania, educação e direitos humanos. Temos muitos projetos de lei tramitando no Município e no Estado. Que os senhores tenham essa pauta como uma política permanente. Que nos ajudem a mudar um comportamento que tem matado nossas mulheres e deixado nossas crianças e adolescentes órfãos”, disse.

A convite da vereadora Camila Jara, Azambuja apresentou dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública que mostram que, em 2020, 8 mulheres foram agredidas fisicamente durante a pandemia a cada minuto. Além disso, uma em cada 4 mulheres, com mais de 16 anos, sofreu algum tipo de violência nos últimos 12 meses.

Em Mato Grosso do Sul, foram 17 mil boletins de ocorrência por violência doméstica, com 40 feminicídios, registrados no último ano. Somente em Campo Grande foram 12 casos, um aumento de 120% em relação a 2019, quando 5 mulheres foram mortas. Mais da metade dos casos envolvem ex-companheiros.

“A violência doméstica e familiar independe de idade, cor ou religião. Quais as políticas públicas que temos para as crianças e adolescentes que são vítimas de violência e presenciaram as mortes de suas mães? Um trauma que vão carregar para a vida toda. Não se calem. Denunciem”, finalizou.