Por altura, Hulkenberg pode perder vaga na Lotus para Massa
8 OUT 2013 • POR Via Terra • 11h09
Vettel, com 1,76 m de altura, fica baixinho entre Webber (1,84 m) e Hulkenberg (1,86 m). (Foto: Getty images)
O 4º lugar conquistado por Hulkenberg, no GP da Coreia do Sul, foi um resultado fantástico. O alemão transformou a sua modesta Sauber em um carro de ponta e, com um acerto bastante agressivo, priorizando a velocidade final em reta, foi uma muralha intransponível durante toda a prova. Hamilton e principalmente Alonso devem ter tido pesadelos na noite passada com a figura do jovem piloto à sua frente.O desempenho excepcional veio justamente no período em que ele “disputa” uma vaga na Lotus com Felipe Massa. Foi como se o alemão tivesse mostrado que anda muito mais que a sua Sauber permite. Por outro lado, o brasileiro errou feio logo no começo da corrida ao tentar uma ultrapassagem ousada, por dentro, e caiu para a última posição ao perder o controle do carro e rodar. Cai a cotação de Massa, sobe a de Hulk.
Mas há um fator técnico que pode fazer a carreira do talentoso alemão ir pelo ralo: seu tamanho. Com 1,86 m e 78 kg, ele seria muito alto e pesado para os carros de 2014. Os modelos para o ano que vem terão de criar espaço para os novos motores V6 turbo. Apesar de o peso mínimo do carro combinado com o do piloto subir para 690 kg, acima dos 642 kg atuais, se espera que os novos motores pesem até 50 kg mais do que os usados nesta temporada.
Como as equipes buscam se manter sempre o mais perto possível destas marcas, qualquer peso extra com os pilotos pode ser um grande prejuízo no balanço total do carro. Segundo cálculos simplificados, cada quilo extra custa três centésimos de performance por volta – muita coisa para o mundo da Fórmula 1. Este teria sido o principal motivo da recusa da Ferrari em contar com Hulkenberg em 2014, e também teria apressado a aposentadoria de Mark Webber, outro piloto “muito alto” para os padrões da F1.
É triste que o talento para guiar seja limitado por uma característica física do piloto. Com um cockpit cada vez mais apertado com o passar dos anos, para retirar o máximo de desempenho dos carros, a F1 precisa encontrar um ponto de equilíbrio no regulamento técnico que permita que pilotos não sejam vetados pelo seu tamanho, sob pena de perder grandes talentos para outras categorias.