Celular de Dominguetti é apreendido na CPI
Dúvidas sobre a veracidade de áudio do deputado Luis Miranda, apresentado pelo vendedor motivou a ação
1 JUL 2021 • POR Matheus Rondon • 13h36Nesta quinta-feira (1º), a CPI da Covid apreendeu o celular do policial militar Luiz Paulo Dominguetti, que diz ser representante no Brasil da empresa privada Davati Medical Supply, uma corporação que atuaria na intermediação de contratos de vacinas. Dominguetti diz ter recebido um pedido de propina do Ministério da Saúde para vender vacinas contra a Covid-19.
A apreensão no Senado foi motivada por dúvidas da CPI sobre o contexto de um áudio atribuído ao deputado Luis Miranda (DEM-DF), citado e reproduzido por Dominguetti durante a fala à comissão. O policial diz que Miranda tentou negociar aquisição de vacinas contra a Covid diretamente com a Davati. Ele embasou a denúncia com base em um áudio em que o parlamentar cita negociações de um “produto”. O parlamentar, porém, não cita explicitamente que o produto seria vacinas contra Covid.
Segundo o jornal “Folha de S.Paulo”, Dominguetti, relatou um suposto pedido de propina de US$ 1 por dose de vacina da AstraZeneca em troca de fechar contrato com o Ministério da Saúde.
A alteração do calendário da CPI foi tomada pelo presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM), após Francisco Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos, conseguir um habeas corpus para ficar em silêncio durante o depoimento que daria à comissão nesta quinta – ainda não há nova data para a oitiva de Maximiano.
Os nomes de Miranda, de Dominguetti e da Davati vieram à tona, nos últimos dias, em razão de duas denúncias distintas de supostas irregularidades na compra dos imunizantes.
https://soundcloud.com/user-302124085/ouca-o-audio-apresentado-por-luiz-paulo-dominguetti-na-cpi
Dominguetti usou o áudio como "prova" da afirmação de que Luis Miranda teria tentado intermediar compra de vacinas. O áudio, no entanto, não cita a palavra vacina ou qualquer sinônimo.