Cidade

Via histórica da capital, 14 de Julho completa este ano, 110 anos

Rua foi repaginada e ganhou novos ares após projeto de modernização

14 JUL 2021 • POR Sarah Chaves • 09h30

Via histórica de Campo Grande, a 14 de Julho completa este ano, 110, inaugurada em 1911, a rua recebeu esse nome em homenagem a queda da Bastilha, (ocorrido em 14 de julho de 1789) que significou um marco histórico para a humanidade, quando os franceses se insurgiram contra a tirania real e também foi constituída pela vinda da Ferrovia Noroeste do Brasil (NOB) para capital em 1914.

De acordo com dados do Arquivo Histórico de Campo Grande (ARCA), a 14 de Julho se constituiu aos poucos como principal rua comercial e por várias décadas se configurou como via de acesso a Estação Ferroviária da Noroeste do Brasil. Em 1930, mudou seu nome para Aníbal de Toledo, em homenagem ao presidente eleito do Estado de Mato Grosso. O governante, no entanto, durou apenas nove meses no poder e a rua passou a se chamar João Pessoa, em homenagem ao candidato a vice-presidência do Brasil que nesse mesmo ano fora assassinado. Em 1941, a rua volta a sua denominação primitiva, que nunca tinha sido abandonada pela população.

Segundo a historiadora Madalena Did Mered Greco do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul (IHG-MS), é “lenda” que o aniversário da rua seja exatamente na data que faz alusão ao nome, pois não existe um ato oficial para isso, apenas a transição que teve início em 1911/1912 da rua que era um “Jardim Público” para o foco de cidade e trânsito.

Requalificação

Após anos agregando lojas que sustentam milhares de empresários e trabalhadores e passando por transformações devido ao tempo e aos vários governantes da cidade, a 14 de julho que vemos hoje, e que os mais novos verão nos próximos anos foi idealizada no “Plano para Revitalização do Centro de Campo Grande”,  em 2009 quando o então prefeito, Nelson Trad assinou a ordem para a elaboração do Plano Local das Zonas Especiais de Interesse Cultural da Região Urbana do Centro – ZEIC’s, com a finalidade de valorizar e preservar o patrimônio histórico, ambiental, arquitetônico e paisagístico da cidade.

A requalificação começou na metade do ano de 2018 na gestão do atual prefeito Marquinhos Trad, demorou 17 meses para ficar pronta com investimento de mais de R$ 60 milhões e foi entregue à população em novembro de 2019 com um visual moderno. Os 1.400 metros que compõem as 10 quadras, da Fernando Corrêa da Costa até a Mato Grosso, passaram por grandes transformações, como drenagem, nova rede de esgoto e abastecimento de água, pavimentação, diminuição de uma pista de rolagem, alargamento de calçada e instalação da rede de gás natural.

Na área de paisagismo foram plantadas 180 árvores com espécies do cerrado e adaptadas, muitas regionais, como os ipês amarelo e branco. Outros itens fazem parte do pacote, como lixeiras, bicicletários, luminárias com lâmpadas de LED, instalação de mais 17 câmeras de vigilância, além das já existentes, e wifi em toda a extensão da rua. O piso fulget também chamou a atenção nas novas calçadas padronizadas.

Apesar da requalificação, a história ainda permanece, neste sentido mais de 30 imóveis de interesse histórico receberam placas com QRCode com informações da construção da edificação, história dos empreendedores, fotos de época e curiosidades, que poden ser conferidas no site do Reviva, programa que repaginou a centenária 14 de julho.