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O 'DJ do vôlei', atração nas Olimpíada é o queridinho dos brasileiros

Michael Staribacher comanda as músicas durante as partidas de vôlei em Tóquio

3 AGO 2021 • POR Sarah Chaves, com informações do O Globo e GE • 13h23
DJ Stari com a seleção brasileira feminina de vôlei - Reprodução

O DJ Stari, queridinho nas redes sociais por suas playlists durante os jogos de vôlei nas Olimpíadas, afirma que a música no Brasil é "mais importante do que em qualquer outro país do mundo", e revela que a reação dos brasileiros é diferente ao som.

O austríaco podia muito bem se passar por brasilero por conhecer tão bem os sucessos do país, mas Michael Staribacher, DJ Stari, confessa que tudo é fruto de uma conversa com os atletas. "Eu tento sempre conversar com os atletas, saber do que eles gostam. O Douglas (jogador de vôlei), por exemplo, é um fenômeno nas redes sociais. É claro que eu sei as músicas preferidas dele. E provavelmente de uns 50 outros atletas também " conta o DJ, que costuma tocar músicas recentes de Pabllo Vittar, como “Zap zum”, quando o ponteiro brasileiro Douglas, abertamente gay, pontua.

Ele também gosta de botar “Sweet Caroline”, de Neil Diamond, após as vitórias. "É uma homenagem ao Renan (Dal Zotto, técnico da seleção masculina). Soube do problema grave de Covid-19 dele e fiquei preocupado. Depois, me contaram que essa canção marcou a recuperação dele com a família. É ótimo tê-lo bem".

A cada partida do Brasil a lista de assuntos mais falados do Twitter  passa por comentários sobre as músicas tocadas nos intervalos entre as jogadas. Natural de Viena, o artista foi descoberto em etapas do tour de vôlei de praia no país. Foi tão bem que foi chamado pela Federação Internacional de Vôlei para tocar também nas quadras. Agora, nas Olimpíadas, ganhou o público brasileiro ao conseguir unir Pablo Vittar e Raça Negra, passando por Legião Urbana e Chitãozinho e Xororó. 

"Meu objetivo é que cada time se sinta jogando em casa, mesmo em outro continente e sem torcida. Na pandemia, eu comecei a estudar muito a música internacional, não só brasileira, mas italiana, francesa, russa, persa, turca. Não apenas o som, mas a história das bandas, o significado das músicas. O Brasil, no entanto, é uma espécie de paraíso para mim. A música no Brasil é mais importante do que em qualquer outro país do mundo. Eu já sabia disso, mas entendo mais agora: vocês reagem de uma maneira diferente ao som", afirmou.

"Saber qual música tocar na hora certa é parte fundamental do meu trabalho. Devo ter umas cinco mil músicas no meu HD, então sinto quando o jogo está mais dramático, gosto de achar que estou na mesma energia que os jogadores".

Desde o início dos Jogos, Stari tem recebido centenas de mensagens de torcedores brasileiros com dicas de músicas para as partidas. Foi assim, por exemplo, que tocou “Evidências” na vitória do Brasil contra a França. Ou “Cheia de Manias”, do Raça Negra. O grupo gostou tanto de ser lembrado que também entrou em contato com o DJ. "O Raça Negra me marcou no Instagram, e eu fiquei muito feliz. A música deles é linda. Eles me mandaram uma mensagem agradecendo por eu ter tocado “Dididiê” (risos). Eu fiquei honrado".

Diante do sucesso com a torcida brasileira, Stari espera voltar logo ao país. Quer conhecer pessoas, conversar e tomar caipirinhas.