Internacional

COI suspende investigação do protesto de Saunders no pódio

Atleta teria se manifestado em favor das minorias

5 AGO 2021 • POR Mériele Oliveira • 17h28
História de protestos em Olimpíadas é antiga - Reuters

A atleta estadunidense Raven Saunders, que conquistou medalha de prata no arremesso de peso nos Jogos Olímpicos de Tóquio, protestou no pódio, ao receber a premiação, levantando os braços e cruzando os punhos, em apoio às minorias. Raven, que é negra e LGBTQIA+,  disse em entrevista que o gesto significa "o cruzamento onde todas as pessoas oprimidas se encontram".

O Comitê Olímpico Internacional  (COI) abriu e posteriormente suspendeu uma investigação sobre a postura de Saunders. Esta foi a primeira edição dos Jogos Olímpicos em que os protestos foram autorizados, desde que não fossem na hora de receber medalhas, assim, gestos políticos durante a cerimônia de premiação são proibidos pela instituição.

Entretanto, a história de protestos durante os Jogos Olímpicos é antiga e, um dos casos mais memoráveis é o dos atletas Tommie Smith, e John Carlos (ouro e bronze nos 200 metros, respectivamente) em 1968, na edição que teve o México como país sede: eles estavam descalços e, durante o hino dos Estados Unidos, baixaram a cabeça e levantaram os punhos usando luvas pretas, reproduzindo a saudação dos Panteras Negras, conhecida organização que combatia, entre outras coisas, a violência policial contra a população negra nos Estados Unidos. 

Os atletas sofreram represálias, tendo que deixar a vila olímpica naquela ocasião e nunca mais participaram dos Jogos Olímpicos. A relevância do gesto de Tommie e John Carlos somente foi reconhecida anos depois. Peter Norman, que levou a prata à época, apoiou o protesto discretamente, mas também foi penalizado.