Economia

OGX não chega a acordo com credores e pode pedir recuperação judicial

29 OUT 2013 • POR Via Uol • 10h28
O empresário Eike Batista, que já foi o 7º mais rico do mundo, passa por uma grande crise em seus negócios. (Foto: Arte/Uol)
Terminaram sem acordo as conversas da petroleira OGX, de Eike Batista, com detentores de US$ 3,6 bilhões em bônus da dívida com vencimento em 2018 e 2022. A petroleira tentava um acordo para reestruturar sua dívida após meses de negociações. A informação foi divulgada pela OGX, em comunicado ao mercado, na madrugada desta terça-feira (29).

Representantes da assessoria de imprensa e da área de relações com investidores da OGX não estavam imediatamente disponíveis para comentários.

A OGX, que já foi a principal empresa do grupo de Eike, se prepara para entrar com pedido de recuperação judicial (antiga concordata) a partir desta terça-feira, disseram três fontes com conhecimento da situação à agência de notícias Reuters, na segunda-feira.

A OGX, que possui dívida total de US$ 5 bilhões, não quis comentar na segunda-feira a possibilidade de entrar com pedido de recuperação judicial.

Se for confirmado, este será o maior caso de recuperação judicial já realizado na América Latina, segundo dados da agência de notícias Thomson Reuters. Na última sexta, o jornal Wall Street Journal havia afirmado que a empresa já estava preparando a documentação necessária para entrar com o pedido de recuperação.

Recuperação judicial
O pedido não seria só um indicativo do tamanho da queda de Eike, mas também forneceria um duro teste à lei de recuperação judicial do Brasil, aprovada há oito anos, sobre se ela oferece a proteção adequada aos credores.

A recuperação judicial (antiga concordata) é um termo jurídico que caracteriza a possibilidade de reestruturação das empresas economicamente viáveis que passem por dificuldades momentâneas, mantendo os empregos e os pagamentos aos credores. Em outras palavras, é quando a empresa possui uma dívida e apresenta um plano para saldar suas obrigações.

Petroleira em crise
A derrocada da OGX, que já foi considerada o ativo mais precioso do grupo de empresas de Eike, ganhou força após sucessivas frustrações com o nível de produção da petroleira.

No início de julho, a companhia decidiu não seguir adiante com o desenvolvimento de algumas áreas na bacia de Campos, antes consideradas promissoras.

Com pouco dinheiro disponível e fracasso em sua campanha exploratória até o momento, em agosto a OGX desistiu de adquirir nove dos 13 blocos que arrematou na última licitação de áreas de petróleo, evitando o pagamento de R$ 280 milhões ao governo por direitos exploratórios.

A OGX espera completar a venda de uma fatia em blocos de petróleo que possui para a malaia Petronas, para conseguir um alívio no caixa.

A Petronas, porém, aguarda a conclusão da reestruturação da dívida da OGX para dar prosseguimento ao negócio de US$ 850 milhões com a petroleira brasileira.