Justiça

Operação Omertà: Jamilzinho defende família e aponta dedos a policiais em oitiva

Réu insinua que teria ajudado delegado-geral da Polícia Civil omitindo sua participação em esquemas

17 SET 2021 • POR Da Redação, com Agência Brasil • 17h28
Em oitiva, Jamilzinho conta histórias a respeito de policiais supostamente envolvidos em corrupção - Reprodução JD1

Em nova oitiva da Operação Omertà realizada esta semana na 1ª Vara Criminal de Campo Grande, Jamil Name Filho fez revelações a respeito de supostos envolvimentos de policiais em esquemas de corrupção e defendeu a família, acusada de liderar uma das maiores organizações criminosas do MS. 

Jamilzinho teria dito que ajudou um delegado aposentado a chegar ao cargo de delegado-geral da Polícia Civil, ao manter "discretas" suas participações em esquemas de jogos. O tema da audiência também foi abordado, no tocante às supostas ameaças de atentado ao Delegado da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros (Garras), Fábio Peró. 

O réu seguiu, afirmando que em determinado dia, recebeu uma visita do então delegado Marcelo Vargas em casa. “O doutor Renê Siufi com o diretor-geral, até então só delegado Marcelo Vargas, foram até a minha casa, lá no fundo, onde meu pai fica sentado, para falar com o tal Xavier”, policial que à época trabalhava para os Name e, posteriormente teve um de seus filhos executados por engano em um atentado armado contra ele mesmo. 

Segundo Jamilzinho, Jamil Name explicou que Paulo Roberto Xavier era contratado pelo filho, motivo pelo qual a conversa deveria ser com ele. No encontro, que envolveu o advogado Renê Siufi, o problema foi explicado: “Tô aqui com o Marcelo, vai ter uma audiência aí no Gaeco da operação Las Vegas e esse rapaz que está aí trabalhando para você, o Paulo Xavier, vai depor e vai acabar com a vida do Marcelo e o Marcelo não vai poder assumir a diretoria-geral. Você tem como fazer ele não falar o nome do Marcelo?”, teria pedido Siufi. 

O caso em questão é a operação Las Vegas, realizada em 2009, e que levou 19 pessoas para a prisão por envolvimento com jogos de azar em Corumbá e na Capital, inclusive, Xavier. O nome de Marcelo Vargas foi citado em denúncia após a prisão de Clayton Batista, um dos envolvidos, em São Paulo. Vargas chegou a ser investigado pela Corregedoria da Polícia Civil, mas foi inocentado. Segundo Name Filho, um acordo foi firmado e o nome de Marcelo teria sido omitido de depoimentos. 

A reportagem do JD1 Notícias tentou contato com os nomes citados por Jamilzinho, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria.