Economia

'Superávit primário precisa ser elevado para 2% do PIB', diz Delfim Netto

16 NOV 2013 • POR Via Estadão • 05h38
(Foto: reprodução)
Elevar o superávit primário para 2% do PIB em 2014 - e cumprir a meta, sem truques - é condição sine qua non para que o Brasil evite o rebaixamento de sua nota de risco pelas agências internacionais, segundo o economista e ex-ministro da Fazenda, Delfim Netto. Em entrevista ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, ele dise que esse compromisso deve ser assumido publicamente pela presidente Dilma Rousseff, "a única que tem credibilidade" e que pode honrar essa promessa, mesmo em ano eleitoral.

A melhora das contas públicas, sem truques, frisa Delfim, pode ajudar a retomar a harmonia entre as políticas fiscal e monetária, que existia em 2011. Nesse contexto, ele acredita que os agentes econômicos passarão a acreditar no governo e vão diminuir de forma expressiva o pessimismo com a administração federal, que para ele é exagerado. O resgate da credibilidade do Poder Executivo, diz, vai ajudar a diminuir as expectativas de inflação, a ponto de devolver em dois anos o IPCA para uma marca próxima do centro da meta, de 4,5%.

"Mas, se o fiscal não der uma arrumada, esquece. Nós vamos pegar a tempestade perfeita. E aí vai ser difícil convencer as agências de rating de não rebaixar o Brasil", advertiu.