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Anistia diz que trabalhadores da Copa de 2022 são "tratados como gado"

18 NOV 2013 • POR Via Terra • 11h08
Para Joseph Blatter, presidente da Fifa, Catar está "no caminho certo" para lidar com direitos dos trabalhadores. (Foto: Enrique De La Osa/Reuters)
Um relatório da Anistia Internacional, organização não-governamental que luta pelos direitos humanos, apontou que os operários que trabalham na infraestrutura para a Copa do Mundo de 2022, no Catar, são "tratados como gado". Os imigrantes vivem sob condições precárias no local e sofrem com problemas como alta taxa de mortalidade, doenças e miséria.

O documento foi publicado uma semana depois de o presidente da Fifa, Joseph Blatter, visitar o Catar e declarar que o país estava "no caminho certo" no que diz respeito aos direitos dos trabalhadores.

Baseado em duas investigações recentes e várias entrevistas, o relatório diz que trabalhadores vivem em "acomodações esquálidas e superlotadas", expostas ao esgoto e às vezes sem água encanada. Muitos são incapazes de sair do país por causa das dívidas acumuladas durante o trabalho, em uma forma de escravidão moderna, e sofrem de "estresse psicológico pesado" - alguns chegam a tentar suicídio.

Um dos casos relatados é o de uma empresa que fornece material para a construção de um projeto associado ao quartel-general da Fifa no Catar para a Copa de 2022. Trabalhadores do Nepal dizem trabalhar 12 horas por dia, sete dias por semana, sob temperaturas constantes de 45 ºC. A legislação local, porém, limita a jornada a 10 horas, e proíbe o trabalho entre 11h30 e 15h nos meses de verão.