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Consumidor encontrou opções para comprar carne, diz empresário do ramo

Ronald Kanashiro diz que campo-grandense diminuiu a quantidade, mas não deixou de consumir

20 OUT 2021 • POR Sarah Chaves • 10h35
Casa de Carne Oriente no Mercadão - Sarah Chaves/JD1 Notícias

Não é novidade a alta nos preços da carne bovina no Brasil assim como o aumento do gás de cozinha e combustível, o produto foi um dos que mais chamaram atenção no valor por ser de alto consumo.

Ainda de acordo com o IBGE, em setembro, último mês avaliado, as altas no preço da carne bovina registrou um recuo de -0,21% após sete meses em altas consecutivas. Com isso houve relatos de consumidores deixando de consumir o produto ou até mesmo migrando para “carnes de terceira”.

Cenário que foi contrariado pelo empresário da Casa de Carnes Oriente, Ronald Kanashiro. “Realmente a  alta da carne foi fora da curva,  até no contexto histórico dos últimos 10 anos, as pessoas começaram a migrar mesmo para outras opções, teve também a mudança da aquisição do quantitativo, diminuíram a quantidade mas não deixaram de consumir”, afirmou ao JD1 Notícias.

Segundo Ronald, não houve uma migração para outro tipo de proposta sem ser a carne bovina “Não deixaram de comer carne para comer ovo, ou só suína, até pela questão da tradição do costume do campo-grandense, ele é muito apegado à carne”, falou.
Apesar disso, números do IBGE apontam que o Brasil registrou o abate de 13,04 milhões de cabeças de suínos no 2º trimestre de 2021, um recorde na série histórica, iniciada em 1997. Essa quantidade representa alta de 7,6% em relação ao mesmo período de 2020 e aumento de 2,9% na comparação com o 1° trimestre de 2021. 

No que diz respeito aos bovinos, foram abatidos 7,08 milhões de cabeças, número mais baixo para um 2º tri desde 2011 e 4,4% inferior à do 2° trimestre de 2020, ainda que 7,4% maior que a do 1º trimestre de 2021

“Nos açougues constatamos a procura por propostas mais em conta”, comentou o empresário. “A população passou a usar mais a carne do dianteiro, mais isca, carne de panela, costela, e deixando um pouco de lado as carnes nobres, de corte, com estética melhor e maciez melhor, e o resultado com essas propostas é fantástico” declarou.

“Agora o contexto econômico no geral, envolvendo todo os segmentos, de energia, gás, combustível, tudo isso vai impactando e a pessoa vê que não existe 1 produto em agravante, existe um contexto total das coisas que acompanharam essa alta de preço, e nada disso faz uma sobrecarga de produto só”, explicou.

O empresário ainda explicou sobre a valorização dos miúdos tidos como ‘carne de terceira’.  “Hoje tudo que se produz de derivado bovino é exportado, principalmente os miúdos, são super  valorizados e todo miúdo que tiver acompanhamento de produção que passar por fiscalização Federal de acordo com as normas técnicas, elas tem um mercado externo para ser vendido , não só a China, tudo é comercializado e muitas vezes a capacitação de valores desses produtos acabam sendo a composição de meta de lucro sobre as metas de venda de um animal, quando não tem uma valorização desse produto, acaba encarecendo a carcaça da vaca, quando o mercado quer esse produto isso divide as metas de alcance de valores e equilibra”, finalizou Ronald Kanashiro.

Agora com a exportação da carne vermelha suspensa para a China, maior compradora do Brasil, a tendência é que o preço da carne sofra uma queda por causa desta suspensão. Porém, isto não significa que o consumidor brasileiro irá sentir alívio no bolso quando for ao açougue, segundo o economista Paulo Pacheco, professor do Ibmec em Belo Horizonte.