Economia

Diamante feito a partir de cinzas de mortos pode custar até R$ 121 mil

28 NOV 2013 • POR Via G1 • 12h13
Diamantes feitos de cinzas podem chegar a um quilate. (Foto: Alessa Flores/Divulgação Grupo Cortel)
Eternizar um parente que já morreu e poder "guardá-lo" como se fosse uma joia é a proposta de um serviço oferecido por um crematório de Porto Alegre. Desde o início do mês, é possível criar diamantes a partir das cinzas de pessoas que foram cremadas. A lembrança inusitada custa a partir de R$ 33,2 mil e pode chegar até R$ 121,3 mil. A tecnologia desenvolvida em um laboratório na Suíça gera pedras com características únicas de coloração, que variam de acordo com os elementos químicos encontrados nos restos cremados.

De acordo com Rafael Azevedo, diretor do Grupo Cortel, holding responsável pelo Crematório Metropolitano de Porto Alegre, as joias são únicas e utilizam apenas parte do material gerado com a cremação. “Geralmente, depois do processo de cremação, restam de dois a cinco quilos de cinzas ou restos queimados. O que precisamos para fazer um diamante é algo em torno de 500 gramas”, explicou em entrevista ao site G1.

Estes 500 gramas são suficientes para criar uma pedra de até um quilate. O valor mínimo do chamado Diamante In Memoriam, de mais de R$ 30 mil, e inclui a viagem do material até a Europa para a realização do procedimento, que pode levar entre 18 e 52 semanas para chegar até as mãos dos familiares. O restante das cinzas permanece intocado e junto aos familiares.

Azevedo comenta que o processo é de responsabilidade do crematório, que envia o material para a Suíça. Depois de enviadas, as cinzas passam por um processo químico que separa o carbono, matéria-prima necessária para a fabricação do diamante. Na segunda etapa, o carbono é submetido a altos níveis de pressão e temperatura, gerando o grafite que, depois de limpo, será a base para o diamante. O processo é igual ao da natureza, mas ocorre de forma muito mais rápida.

Constituído o diamante em estado bruto, inicia-se a etapa de lapidação e polimento para que chegue ao formato desejado pelos familiares. O serviço oferece pelo menos seis opções: coração, princesa, brilhante, oval, esmeralda, radiante, asscher e navette. Depois de pronto, o produto é levado ao cliente junto a um certificado de autenticidade.

A cor do diamante pode variar entre diversos tons de azul. O que determina a coloração é o elemento boro, presente nas cinzas. A característica é única de cada pedra, já que a cor é influenciada pelos hábitos e estilo de vida da pessoa que morreu.

“É uma homenagem que traz um simbolismo muito grande, pois literalmente é a transformação do que sobrou daquela pessoa em um diamante. E como a cor dele também varia de acordo com os elementos químicos dos restos cremados, isso quer dizer que cada diamante é único, assim como as pessoas”, diz Azevedo.