Polícia

Mulher de 27 anos é presa após ajudar integrantes do PCC

Jovem diz ter agido pelo desespero para comprar aparelho para a filha, que tem paralisia cerebral

29 NOV 2021 • POR Méri Oliveira e Taynara Menezes • 15h57
Polícia chegou até os suspeitos por meio de denúncia anônima - Taynara Menezes

Uma mulher de 27 anos foi presa na sexta-feira (26), após ter sido cooptada por dois homens que eram, na verdade, integrantes do Primeiro Comando da Capital, facção criminosa conhecida como PCC, para intermediar uma negociação de entorpecentes. 

De acordo com relato da acusada, ela estava com as duas filhas, uma de 6 e a outra de 12 anos, sendo uma portadora de paralisia cerebral, em uma pensão em frente ao Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap) para tratamento, quando uma mulher perguntou se ela precisava de dinheiro. 

Ao responder afimativamente, a outra mulher passou um número de telefone a ela, que entrou em contato e ouviu que receberia R$ 3.500, a quantia que ela precisava para comprar um aparelho para auxiliar no tratamento da filha, motivo pelo qual teria aceitado a oferta.

O que ela não sabia, entretanto, era que as pessoas do outro lado estavam em um carro roubado, eram integrantes do PCC, que ela participaria da negociação de quatro quilos de pasta base de cocaína e que os homens estavam envolvidos na fuga de "Tio Arantes", um dos líderes da facção criminosa. 

De acordo com o delegado Hoffman D'Ávila, a polícia chegou até os suspeitos após uma denúncia anônima e, ao abordá-los, houve tentativa de fuga, que foi impedida pelos policiais da Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico (Denar), além de resistência à prisão. Todos foram autuados em flagrante. 

Depois das prisões, a polícia ainda fez buscas por "Tio Arantes" na região, mas não conseguiram encontrá-lo. Já à noite, os policiais foram até a pensão onde as crianças haviam ficado, fizeram o pagamento da diária, alimentaram as crianças e acionaram o Conselho Tutelar. 

A mulher, mãe das crianças, recebeu a liberdade provisória, já que a menina de seus anos requer cuidados especiais. Como consequência, ela deve cumprir medidas cautelares, está proibida de frequentar bares e não pode deixar a cidade onde mora sem aviso prévio. 

"Ela agiu nessa situação de desespero, para ajudar a filha, mas estava associada com esses dois homens para tráfico de drogas [...], ela não tem passagem pela polícia", explicou o delegado Hoffman D'Ávila.