Cultura

"Há muita música boa vindo de quem não toca bem", diz Dave Matthews

4 DEZ 2013 • POR Via Uol • 12h28
Dave Matthews, que se aprensenta no festival Summer Break. (Foto: Owen Sweeney/Invision/AP)
A banda capitaneada pelo sul-africano Dave Matthews, atração principal do festival Summer Break neste fim de semana, não está mais no auge nem é queridinha da crítica. Seus discos, no entanto, repetem sempre uma rotina feliz: todos eles, desde "Before These Crowded Streets", de 1998, alcançaram o primeiro lugar da parada da revista "Billboard".

Questionado, o vocalista da Dave Matthews Band não sabe dizer qual é o segredo. Afirma apenas que o fato pode ter a ver com a abnegação de seus fãs, fiéis ao pop rock bem tocado do grupo, com melodias grudendas e pitadas de folk americano.   

"Há vários tipos de instrumentistas hoje em dia. E há muita música boa vindo de quem não toca exatamente 'bem'. E é isso o que eu amo no rock. Acho que o importante é ter algo a dizer, algo que entre na sua orelha e seja 'pegajoso', e que faça as pessoas cantarem",  diz Dave ao Uol.

O grupo americano, que vem pela quarta vez ao Brasil, já encarou plateias tão dispares quanto a do finado Free Jazz (1998) e a do Rock in Rio (2001). Talvez por isso, ele tenha dúvidas sobre o que terá pela frente em São Paulo, no Campo de Marte, e no Rio de Janeiro, no HSBC Arena.

"Na verdade, nós nunca sabemos o que esperar. Sabemos que tocaremos para um grande público. E e toda vez que tocamos no Brasil temos uma experiência maravilhosa com a plateia. É um tipo de público muito apaixonante, com pensamento muito aberto."

Famosa pelo som guiado pelo violão, com arranjos de metais e violionos, a banda costuma ser associada a paisagens calmas e aos  bons momentos da vida. Tem John Mayer e Jason Mraz como admiradores declarados. Mas, para seu líder, nem tudo são praias.

"Acho que as coisas boas estão presentes em metade do que a gente faz. Mas, na outra, abordamos exatamente o oposto. Nós tocamos com alegria, mas também falamos de preocupações, de dor, de amor mal compreendido", relativiza.

Sobre o show, ele adianta que será diferente do restante da turnê. O grupo costuma montar o repertório a partir do público de cada cidade, o que dá brecha a inúmeras surpresas. "Temos oito discos, muitas opções. Ainda não sei o que vamos tocar. Sempre mudamos o setlist para satisfazer as pessoas".

Já quanto ao sucessor do álbum "Away From The World", de 2012, Dave conta apenas que ele será bem diferente dos predecessores. "Começamos a trabalhar em algumas músicas, que já vínhamos tocando. Não sei se será nosso melhor trabalho, mas iremos nos esforçar pra isso", brinca. Ainda sem título, o novo álbum deve sair até o fim do ano que vem.