Laudo aponta que pilotos do avião que caiu com Marília Mendonça não usaram drogas
Doenças pré-existentes também foram descartadas pelos testes de detecção do IML de MG
1 DEZ 2021 • POR Méri Oliveira, com Folha de S. Paulo • 17h29Os primeiros resultados dos exames toxicológicos e para detecção de doenças pré-existentes descartaram a possibilidade de que piloto e copiloto o avião que caiu com a cantora Marília Mendonça tivessem problemas de saúde ou tivessem usado drogas, oque poderia ter contribuído para o acidente em Caratinga (MG), no dia 5 de novembro, que matou todos os ocupantes da aeronave.
Com isso, uma linha de investigação foi descartada pela Polícia Civil de Minas Gerais. Outra hipótese deixada de lado é a de que o avião tivesse sido atingido por disparo de arma de fogo, deixando para investigação as possibilidades de falha mecânica ou falha humana.
Os testes foram realizados pelo Insituto Médico Legal (IML) de Minas Gerais, com análise de fragmentos de órgãos, como cérebro, pulmões e coração.
Choque contra rede elétrica
De acordo com informações da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), a aeronave teria se chocado contra um cabo para-raios que protege a linha de distribuição. Ainda de acordo com a empresa, a torre que sustenta essa linha tem 35,5 metros de altura e, segundo a Polícia Civil, a torre está fora da área de proteção do aeroporto.
O cabo em questão teria se rompido e se enrolado nos cabos de energia da linha em questão, mas não houve danos à estrutura da torre, de acordo com a Cemig.
Causa das mortes
A perícia do IML concluiu que todos os ocupantes morreram de politraumatismo provocado pelo impacto da aeronave no solo.
Após atingir a estrutura da rede de energia elétrica, o avião caiu próximo a uma cachoeira. "Não há indícios de que as mortes tenham ocorrido durante o voo", afirmou o médico legista Thales Bittencourt, do IML de Minas.
O delegado da Polícia Civil respondável pelo caso, Ivan Lopes Salles, explicou que as próximas fases das averiguações dependem do resultado das análises do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) nas peças da aeronave, e é um trabalho que não tem prazo para ser concluído.