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Quedas de Flu e Vasco enfraquecem RJ e deixam SC com mais times na Série A

9 DEZ 2013 • POR Via Uol • 12h51
Dorival Junior orienta atletas no primeiro tempo de jogo entre Bahia x Fluminense. (Foto: Ricardo Ayres/Photocamera)
A queda de Fluminense e Vasco para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro no último domingo gerou uma situação inusitada para a disputa da Série A de 2014: pela primeira vez, o estado de Santa Catarina terá mais representantes na elite do futebol nacional que o Rio de Janeiro, um dos estados como maior tradição do futebol brasileiro.

O Rio terá apenas Flamengo e Botafogo na Série A do ano que vem, enquanto Santa Catarina terá a presença do trio Criciúma, Figueirense e Chapecoense. O primeiro deles até mesmo foi rival direto dos cariocas na luta contra a degola. Já o último disputará a divisão de elite pela primeira vez.

Além de ser superado por Santa Catarina, o futebol carioca terá número de representantes igual a estados que contam tradicionalmente com menos equipes na primeira divisão, casos de Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul e Paraná. Todos terão dois times na disputa do ano que vem.

A nova divisão mostra o peso do inédito rebaixamento de dois grandes clubes cariocas num só Campeonato Brasileiro. A queda da dupla chegou a ser lamentada pelo técnico do Botafogo, Oswaldo de Oliveira, que expressou tristeza com a saída da elite de dois clubes importantes para o futebol nacional.

"Lamento muito o rebaixamento. Sem Fluminense e Vasco é um Brasileiro mais pobre. Fica um espaço, uma lacuna. Fico triste que tenha ocorrido isso. Ao mesmo tempo temos que reconhecer que o Brasileiro é tão competitivo que não chega a ser uma vergonha. Vários grandes já caíram. Eventualmente não dá certo e pode ocorrer. Mas muito fico triste com essa situação. Fica meu desejo sincero que possam se reerguer e voltem em 2015 aos lugares que merecem estar", opinou Oswaldo de Oliveira.

Até mesmo técnico do concorrente direto à vaga na Série A do ano que vem, Criciúma, lamentou a queda das equipes carioca para a segunda divisão. O treinador Argel Fucks chegou a criticar o planejamento do Fluminense, primeiro campeão brasileiro a ser rebaixado no ano seguinte.

"Como pode o Fluminense ser rebaixado? Era o atual campeão brasileiro, brincadeira. E a gente com um time de folha salarial de R$ 1,5 milhão consegue ficar, tendo que disputar com esses caras de quase R$ 10 milhões. É muito erro de planejamento, é impressionante", analisou Argel Fucks.

A diminuição do número de participantes cariocas na Série A terá um efeito indesejado para Flamengo e Botafogo: o aumento das viagens. Com a saída de Vasco e Fluminense da elite, as equipes terão ao menos mais dois deslocamentos para outras cidades durante a competição em 2014.

Fluminense e Vasco tiveram seus rebaixamentos decretados na tarde de domingo, quando enfrentaram Bahia e Atlético-PR, respectivamente. O Tricolor chegou a vencer por 2 a 1 na Fonte Nova, mas o triunfo do Coritiba sobre o São Paulo por 1 a 0 selou sua queda matematicamente. Já o Cruzmaltino ficaria na primeira divisão caso vencesse o Atlético-PR, mas sofreu uma goleada de 5 a 1 na Arena Joinville.

O ano de 2013 foi muito bom para o futebol catarinense na Série B. A Chapecoense, que havia conquistado o acesso para a segunda divisão em 2012, chegou como grande surpresa e foi vice-campeão, garantindo a vaga inédita na elite do futebol. O Figueirense sofreu mais e só garantiu um lugar na Série A na última rodada. A dupla se junta ao Criciúma, que se salvou justamente por causa do rebaixamento de Vasco e Fluminense no domingo.

Além de ser ultrapassado por Santa Catarina, o Rio de Janeiro agora se vê com o mesmo número de representantes da Bahia, que manteve a dupla Ba-Vi na elite este ano, o Paraná, com Atlético e Coritiba, o Rio Grande do Sul, com Grêmio e Internacional, e Minas Gerais com Cruzeiro e Galo.

Na Série B, o Rio de Janeiro terá o mesmo número de representantes de Santa Catarina. Avaí e Joinville não conseguiram o acesso em 2013 e agora recebem Vasco e Fluminense na segundona.

Rio Grande do Norte, com ABC e América, Minas Gerais, com América-MG e Boa Esporte, Pernambuco, com Náutico e Santa Cruz, Goiás, com Atlético e Vila Nova, Ceará, com Ceará e Icasa, também terão dois times na Série B.

O estado de São Paulo manteve o número de cinco representantes na Série A, já que a queda da Ponte Preta foi compensada com o acesso do Palmeiras. Com isso, o futebol paulista segue como o mais representado da elite do Brasileirão.