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Opinião

A BLINDAGEM DE BERNAL

02 janeiro 2017 - 13h28Alicio Mendes

Ao final de um dividido mandato, Campo Grande parece acordar em meio a um pesadelo sem precedentes. Nossa Capital está um horror. Foram quatro longos anos que se arrastaram sem que seu povo tivesse o que comemorar. Quatro anos de estagnação, de discórdias, brigas, desavenças, acusações, prisões, denúncias, bloqueio de bens, perseguições e tantos mais e não podemos sequer, dizer que houve um retrocesso, porque, antes era muito melhor. Lá se foi a nossa Morena, outrora orgulhosa de ostentar títulos de uma capital bem cuidada, que caminhava no sentido natural, de dar à população, um mínimo de conforto, de dignidade, e que hoje queda alquebrada nesse lapso de tempo, onde a harmonia então reinante deu lugar para uma lamentável ruptura de um clima de respeito entre as instituições, com a quebra de harmonia entre poderes que se embrenharam em disputas inimagináveis. Não fosse pelo acontecimento da Caravana da Saúde, que quase não pôde acontecer aqui na Capital, nada mais de importante se assistiu, a não ser disputas inconsequentes e brigas por palanques e holofotes. Dias atrás, em editorial, um dos principais Jornais do Estado, se refere a uma suposta acomodação do Ministério Público Estadual, no que diz respeito ao Governo Municipal de Campo Grande. Relata que ao longo do tempo, embora existam muitas evidências de sérias irregularidades em sua administração, o atual prefeito de Campo Grande, tem voado em céu de brigadeiro, e ao contrário do que aconteceu com outros políticos, não tem sofrido qualquer incômodo no desempenho de sua nefasta gestão que segundo o IBOP, o coloca na vanguarda dos piores prefeitos do País. O editorial repete aquilo que a população acompanha pelas manchetes que invariavelmente aparecem na nossa imprensa, sobre denúncias estarrecedoras que vem desde o início de seu mandato, quando por tais razoes a Câmara Municipal resolveu cassar-lhe o mandato, e que a isso, ele também, chamou de GOLPE. Foi cassado, mas reconduzido. Afastado de novo, quando então, passou a atacar e ofender publicamente, todo mundo, até mesmo Desembargadores, coisa que até então, ao longo da minha vida eu jamais imaginei pudesse acontecer, tamanho é o respeito que aprendemos desde cedo, a ter pelos Membros do Judiciário. Mas, a Justiça entendeu que não havia razão para cassar Bernal e devolve-lhe o mandato, e a partir daí, Bernal passou a ganhar todas, e o silêncio se perpetuou em relação às denúncias que aconteceram a contar de 2013. O Editorial fala de empresas fantasmas, servidores sem reajustes, calotes em fornecedores e prestadores de serviços, dispensa de licitações, contratos direcionados, favorecimentos de empresas e por aí afora, tudo isso ficara no esquecimento.  Parece que com a volta de Bernal, os Poderes se esqueceram de que a Constituição sugere que eles devam viver em harmonia.  Esperava-se que o descompasso acontecido entre Prefeitura e Câmara, no primeiro período de mandato do pepista, pudesse lhe ter servido de mau exemplo e o respeito entre executivo e legislativo poderia voltar, com vistas ao benefício da população. Mas não. O “golpe” não foi digerido, e o Prefeito reconduzido, do alto do seu marcante personalismo, volta a rejeitar o clima amistoso que então lhe oferecia o Presidente da Câmara, possivelmente em função da mágoa recolhida. Mas, absurdamente recusou também a mão estendida do Governador do Estado que já o havia ajudado também, a se eleger prefeito, e absurdamente tentou como já disse atrapalhar a vinda da Caravana da Saúde, o que teria sido mais uma lástima. O editorial nos lembra que retornando ao cargo, novas denúncias voltaram a acontecer, e segundo relato, só na área da saúde, duas Promotorias, acumulam 194 procedimentos e inquéritos instaurados, sem que a sociedade tenha conhecimento de seus resultados. Bernal agora nadando em mar sereno, faz o que quer como quer e quando faz, sob um manto blindado, enquanto a população se submete a transitar por ruas e avenidas destruídas, onde o trânsito se transforma num caos, matando gente todos os dias. A população doente sem médicos e sem remédios. O ensino causando vergonha, praças abandonadas, crianças sem creches, com tantos ceinfs com obras paralisados, funcionários sem reajuste salarial, fornecedores sem receber, iluminação pública um desastre, transporte coletivo um caos, no lugar de casas populares se erguem favelas que o primeiro vento levou o pouco que os pobres favelados tinham e eté hoje estão em abandono. E continua a se dizer: AS PESSOAS EM PRIMEIRO LUGAR. Acabou o estoque de óleo de peroba. Alguém comprou tudo. Nada de bom acontece na Cidade Morena que enrubesceu por ficar um ultimo lugar em transparência a nível de Brasil. Agora, alguém publicou nos jornais que ele está com nota próximo de “DEZ”. Imaginem uma coisa dessas? Agora saiu a notícia que o prefeito Bernal afirma que não tem mais asfalto em estoque, e nem dinheiro para continuar tapando buraco. Pergunto a ele o que é que ele faz com tanto dinheiro? Para onde vai isso?  O que acontece? O povo quer e precisa saber, já que não se assiste nada de obras sendo inauguras na cidade. No último ano do Governo anterior, duas a três obras eram inauguradas por dia. As ruas e praças eram bem cuidadas e iluminadas. As grandes avenidas surgiam dos brejos e por toda a cidade. Parece que a população e as Autoridades se esqueceram disso e alguns insistem em procurar pelo na casca do ovo, na avidez pelas manchetes.  Não faz sentido a incessante busca por fantasmas do passado para poder justificar falhas do presente.                                            

Voltando às considerações do editor, segundo ele, estranhamente, parece não existir falhas de Bernal, aos olhos da Promotoria, e quando os problemas são evidentes, abrem-se apurações que não chegam a lugar nenhum, desde os idos de 2013. Ninguém mais fala nos milhares de vacinas desviadas. Também mais nada se falou do ruidoso caso a nível nacional que liga nosso prefeito ao Deputado Maranhão, vice-presidente da Câmara Federal. Lembra o Jornalista que a denúncia feita pelo Deputado Coronel Davi, sobre o rombo de 109 milhões no Instituto de Previdência Municipal, já faz mais de três meses e nenhum passo foi dado para apurar o fato.                                             

 Em que pese o profundo respeito que se deva ter com a Instituição Guardiã dos direitos do cidadão, e de outras Instituições, não há como não concordar com as conclusões do editorial que cobra do Ministério Público, do Tribunal de Contas e da Câmara Municipal, uma resposta para este estado de coisas que está a acontecer com nossa cidade. Ele aponta que a sociedade não pode ser levada a acreditar que esteja havendo protecionismo em relação ao prefeito e o foco em atingir apenas determinados políticos, e que é inaceitável que permaneça a omissão em relação às irregularidades que vem ocorrendo há tempos e que somente explicações convincentes trarão a certeza que os casos serão apurados com imparcialidade. Há algumas semanas mesmo, o prefeito saboreia nova vitória, sendo absolvido em ação de denuncia de coação eleitoral sobre comissionados. Nada a contestar! Mas, as eleições vieram e a situação parece tender a se normalizar. Já vimos dias atrás , junto ao TJ uma decisão desfavorável ao Alcaide, no processo que trata da Ação Popular sobre o GISA. Uma coisa muito boa e quem sabe podermos voltar a acreditar em coisas sérias, e dar a Cesar o que é de Cesar longe das luzes dos holofotes e voltarmos a ter nossa Capital mais bem cuidada.

E Deus ajude o novo Prefeito.

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