Desde o começo da República, o sistema eleitoral brasileiro apresenta dificuldades na relação do candidato com o eleitor. Inicialmente só as oligarquias tinham acesso ao voto. Com o passar do tempo e a inclusão do povo, os grupos de poder usaram a criatividade e muitos deles ainda mantém seus quadros. Esfacelaram-se uns, criaram-se outros. O povo sempre foi tido como massa de manobra, tanto da direita quanto da esquerda. Hoje, mesmo com toda a tecnologia disponível, ainda temos muitas interrogações. Mas, sem qualquer dúvida, o processo avançou. Não temos mais os grandes comícios que pontificaram no populismo, mas dispomos de uma formidável estrutura de informações. A população tem acesso fácil à tv, rádio, jornal, celular, etc. Se prestar atenção, ficará mais fácil escolher.
Falta-nos, no entanto, a necessária motivação do eleitor para participar do processo eleitoral. É preciso dizer ao cidadão comum que, mesmo não postulando cargos eletivos ou facilidades pessoais, é do seu interesse saber dos candidatos, além de suas propostas, sua competência e honestidade, para a partir daí, votar conscientemente. E que, se por incredulidade ou qualquer outro motivo, anular ou votar em branco, mesmo que como protesto, estará simplesmente renunciando ao seu direito de participar. Depois não adiantará sair às ruas em protesto, pois a grande e eficiente manifestação se deve fazer direto nas urnas.
O grande desafio do Brasil contemporâneo é motivar o eleitorado a interessar-se pelo processo eleitoral, conhecer todos os integrantes da disputa e o que pensam para, assim, votar da melhor forma. Além de promover seus candidatos, os marketeiros das campanhas prestariam um grande serviço à Nação se fizessem algo que mexesse com os brios do eleitor e o levasse conscientemente às urnas. Essa seria uma verdadeira obra de salvação nacional...
Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves - dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)
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