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Opinião

Dicas para se sair bem na redação

01 outubro 2011 - 00h00 Antonio Carlos Olivieri

A Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular) divulgou no início do mês de agosto o manual do candidato para o vestibular 2012 da USP (Universidade de São Paulo) e da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Apesar de o manual não trazer novidades em relação à prova de redação, é sempre bom estar atento aos critérios de correção que a Fuvest divulga. Eles são simples e podem até parecer óbvios, mas a realidade mostra que nem sempre são tão evidentes assim.

Quanto ao primeiro critério da avaliação, por exemplo, diz a Fuvest que quer saber se o candidato se ateve ao tema proposto e fez, de fato, uma dissertação. Parece mentira, mas, talvez pela afobação, muitos candidatos acabam não entendendo o que lhes é pedido na proposta. É fundamental lê-la com toda a atenção e, melhor ainda, fazer um breve resumo do mote apresentado em cerca de cinco linhas. Além de garantir que o candidato entendeu a proposta, essa síntese já é um esboço do primeiro parágrafo que deve ser escrito. Afinal, na introdução do texto, o aluno deve expor, com suas palavras, o tema sobre o qual vai falar.

Ao exigir uma dissertação, o avaliador quer saber, essencialmente, se o vestibulando é capaz de argumentar. Isso significa apresentar uma opinião acerca de qualquer assunto, bem como as razões que a fundamentam. Os alunos, em geral, fazem afirmações, mas não apresentam as razões que têm para acreditar no que dizem e para convencer o leitor do seu ponto de vista. Eu comparo que fazer uma dissertação é como chegar para o pai e dizer: “Eu preciso de um carro”. Ora, o pai não vai se convencer da necessidade do filho se ele não apresentar bons motivos que a justifiquem.

Quando falamos em argumentação, já estamos entrando no segundo critério da correção, que é o da estrutura da dissertação. Nesse item, a Fuvest logo se refere a dois elementos essenciais de uma dissertação, que são a coesão textual e a coerência. Ora, a coesão é justamente a conexão que o candidato estabelece entre suas ideias para argumentar. São muitos os elementos linguísticos que tornam um texto coeso, mas, em princípio, eles devem funcionar como os sinais matemáticos das quatro operações. Quando você escreve 1+1=2, você conectou os três algarismos e escreveu uma sentença matemática. Se você tirar os sinais dessa sentença, ela, a rigor, não significa nada: 1 1 2.

Ao redigir uma dissertação, o aluno tem de estar atento aos “sinais” linguísticos que vão relacionar suas ideias. Vamos a um exemplo simples, citando o filósofo francês René Descartes. Se você pegar duas palavras como “Penso” e “existo”, você não está argumentando. O que vai criar a argumentação é o elemento de conexão entre as duas ideias: Penso. Logo, existo.

O terceiro critério é a expressão. Nesse item, vale a pena lembrar que, antes de tudo, o aluno deve ser claro e evitar a confusão. Para isso, é melhor fazer frases curtas. Assim evitam-se problemas de má conexão ou desconexão entre os termos dessas frases. Além disso, usar um vocabulário que ele conheça, pois muitos tropeçam quando, na tentativa de impressionar os avaliadores, falam – ou, nesse caso, escrevem – difícil. Se os candidatos podem ter certeza de uma coisa é a de que o vocabulário dos avaliadores da Fuvest, em sua maioria gente formada em Letras pela própria USP, costuma ser bem mais rico do que o de alunos do final do Ensino Médio.

Antonio Carlos Olivieri é professor de língua portuguesa, jornalista e criador da Página 3 Pedagogia & Comunicação, especializada em desenvolver conteúdo para sites educacionais, e do site Página da Redação www.paginadaredacao.com.br

Estação Criança

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