Aos apreciadores do futebol. Nos últimos dias, foi manchete no meio futebolístico, a saída do jogador Roberto Carlos do Corinthians, devido ao seu péssimo rendimento dentro do clube, alegando estar sendo ameaçado pela torcida alvinegra.
Roberto Carlos foi infeliz nessa sua desculpa para sair do Corinthians. Violência no Brasil? Roberto Carlos deve está mal informado onde fica o time para qual irá defender, o FC Anzhi Makhachkaia, no Daguestão, no qual ocorreu no inicio do ano de 2011, um atentado no aeroporto de Mascou, feito por separatistas “daguestanez”.
O que “supostamente” aconteceu com o Roberto Carlos também acontece com muitos outros craques e passamos despercebidos. Culpa da torcida? Não, pois o torcedor quer saber de títulos. O jogador vem e vai, mas o futebol permanece para sempre. A culpa é do próprio jogador que vira astro, acha que pode tudo, fazer o que bem entender e quer jogar a hora que quiser. As torcidas não aceitam esse tipo de comportamento, e a nação corinthiana não é diferente e para vestir a camisa do Timão tem que honrá-la.
Existem dois tipos de jogadores: os que jogam levando apenas o dinheiro a sério e os que jogam por amor ao futebol. Antigamente raros jogadores ficaram ricos com o futebol, hoje em dia é muito mais fácil ficar rico, mas raramente a gente consegue ver em campo jogadores atuando por amor ao time ou ao futebol.
Antes o futebol era relação direta entre clube e torcida. A renda dos jogos com a presença das torcidas aos estádios era fantástico, era a fonte de receita dos clubes. Hoje, os clubes dependem financeiramente de patrocinadores, redes de TV, dirigentes, empresários, políticos, governos, etc. Antes era pura paixão. Hoje, puro negócio. Antes os estádios eram lotados e os preços dos ingressos eram viáveis. Hoje, estádios ficam lotados somente em jogos importantes, ingressos caríssimos para torcedores e gratuitos para “os convidados especiais”. Desta forma, o torcedor paga dois ingressos e leva um, pagando a quota da celebridade convidada.
Taticamente, o futebol brasileiro foi mudando à medida que os treinadores acharam que deveriam jogar igual aos europeus. Futebol força em detrimento ao futebol arte. Foi nossa derrocada. Hoje, nosso futebol não é diferente em nada do futebol praticado no resto do mundo. Viraram apenas negócios, transações milionárias.
Trocar de time para ganhar mais, tudo bem. Mas mentir... usar a desculpa que está sendo ameaçado, isso não podemos admitir. Roberto Carlos usou as supostas ameaças de alguns “torcedores” como pretexto para sair do Corinthians para ganhar mais. Está obvio – as propostas russas não surgiram por acaso. Tudo encenação.
Não é novidade, mais uma vez Roberto Carlos mostrou o quanto é sem palavras, não é de agora que deixam os torcedores “na mão”. Foi assim até na seleção brasileira “amarrando cadarço da chuteira” amarelando nos jogos decisivos. Sempre soubemos que sua índole é mercenária e isso não foi apenas com o Corinthians e sim com o povo brasileiro que ainda estupidamente acreditavam no seu futebol e no seu caráter.
Com este advento, desta fase do futebol, que para alguns qualificam como uma “evolução”, que veio para beneficiar os “donos” do espetáculo, ou seja, os jogadores, os mesmos deixaram de ser apaixonado pela camisa para serem “profissionais da bola”. Essa conversa de que jogam por amor ao clube, isso é conversa fiada... como dizia padre Quevedo: “isso non ecziste”... o que “ecziste” são negócios e Money. O amor ficou no passado.
Particularmente, não vejo o porquê de tanta preocupação com a saída de um jogador do nível do Roberto Carlos que não rendeu sequer 10% do seu futebol no Corinthians. Há que se entender que nesta vida tudo é passageiro e a felicidade é efêmera, logo não desejem felicidade duradoura. O Roberto Carlos vai, outros jogadores virão e com certeza toda massa corinthiana se sentirá muito melhor.
Roberto Carlos deveria ter atitude de homem, homem de verdade e falar claramente que sua saída foi meramente por causa do amor ao dinheiro, o mesmo amor que faz com que Ronaldo “fenômeno” permaneça no Corinthians. Não concordamos com as ameaça, agressões, agredir jogador de futebol, assim como qualquer profissional, qualquer ser humano etc. Mas não foi essa a razão dele ter saído do Timão, assim estragando a imagem do Corinthians internacionalmente.
Se o Corinthians tivesse uma diretoria digna, exigiria uma retratação do jogador por lesão de imagem e difamação. Afinal, para conseguir o que queria, o jogador denegriu a imagem do Clube aqui e no exterior – do jeitinho que a impressa e os adversários gostam.
Roberto Carlos ficou com medo de alguns “torcedores” do Corinthians? Faça-me rir. Não esqueça ele, que para onde ele vai lá não se usa laranjas, pedras ou bambus. Lá jogam é homens-bomba. Deus te proteja Roberto Carlos, pois iras precisar muito e o Corinthians vai indo muito bem, obrigado e graças a Deus não está sentindo sua falta.
José Valdeci Martins é membro da União Brasileira de Escritores (UBE-MS) e bacharel em administração de empresas.
Deixe seu Comentário
Leia Também

OPINIÃO: Igualdade de gênero ou utopia?

OPINIÃO: Direito de propriedade, próximo desafio de Lula

OPINIÃO: As possíveis consequências do PL que visa a alteração da lei de violência doméstica

OPINIÃO - Chuvas: Tragédia repetida e previsível

OPINIÃO: Prints de conversa no Whatsapp tem validade em processos criminais?

OPINIÃO: Sobre a construção do Palácio da Justiça do TJMS

OPINIÃO: Os egos enlouquecidos

OPINIÃO: Expectativa e Realidade
