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O Pantanal em 2020 e os desafios para as próximas gerações

Em artigo, secretário Jaime Verruck fala sobre o Pantanal

12 novembro 2020 - 18h51Jaime Verruck    atualizado em 12/11/2020 às 18h54

O ano de 2020 ficará marcado na História pelos desafios que a Covid-19 impôs aos governos e à sociedade nas agendas da economia e da saúde pública. Nessas páginas, também tivemos uma amostra de como as nuances climáticas e a ação humana podem impactar em nossa casa comum, algo que, a exemplo da pandemia, também exigiu, por parte dos mesmos atores, respostas rápidas, confiança na ciência e cooperação mútua.
 
Foi nesse contexto e em meio à maior seca das últimas cinco décadas na Bacia do Rio Paraguai, responsável pelo abastecimento hídrico de todo o Pantanal, que Mato Grosso do Sul registrou um número recorde de incêndios florestais, sobretudo na região pantaneira.
 
Sob os olhos da mídia nacional e estrangeira, as imagens dos incêndios na maior planície alagável do mundo geraram comoção e indignação, mas também serviram, paradoxalmente, de combustível para que governos e sociedade se mobilizassem de forma integrada no combate ao fogo e garantissem a preservação de 73% do Bioma Pantanal em Mato Grosso do Sul e no Mato Grosso, além do resgate e do atendimento aos animais feridos.
 
O resultado obtido não seria possível sem o pleno apoio do governo federal, por meio das Forças Armadas, do Ibama, do ICMBio e da Força Nacional de Segurança; sem o total envolvimento do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio do Corpo de Bombeiros Militar, da Semagro, do Imasul, da Defesa Civil e da Sejusp; sem a cooperação dos governos do Mato Grosso, do Paraná, de Santa Catarina e do Distrito Federal e, por fim, sem a participação da sociedade civil, por meio do setor produtivo, dos produtores rurais e das ongs.
 
Nesse trabalho, centenas de pessoas, entre homens e mulheres do Corpo de Bombeiros e das brigadas de combate aos incêndios se revezaram em dezenas de idas e vindas ao Pantanal, muitas na Nhecolândia e no Paiaguás, mas também em outras regiões do Estado. Não foi uma empreitada fácil nem ligeira, mas o objetivo comum nos mobilizou como uma Comitiva Esperança, completamente focados no combate ao fogo.
 
Sabemos que vencemos uma batalha fundamental para o meio ambiente e para a economia sul-mato-grossense. Também temos o pleno conhecimento de que o prognóstico crítico da situação hídrica na região permanece para os próximos anos e deve continuar impactando em rios como o Piqueri, o São Lourenço e principalmente o Paraguai, bem como em toda a fauna e flora do Pantanal.
 
Agora, no momento em que estamos prestes a celebrar o Dia do Pantanal – em 12 de novembro, conforme o Calendário Oficial do Estado – é fundamental aproveitarmos o período das águas que vão de novembro a março para implantar as mudanças legais e estruturantes necessárias ao fortalecimento das nossas instituições; ampliar as parcerias e o incentivo à pesquisa e, por fim,  fomentar e disseminar boas práticas de produção e de manejo no Pantanal.
 
Essas ações são “moda lenta”, parte do modelo de desenvolvimento sustentável proposto pelo Governo do Estado para a região, que valoriza a cultura pantaneira e proporciona maior geração de valor por meio da relação equilibrada entre a atividade pecuária e o turismo com o meio ambiente. Porém, só vamos avançar, de fato, com a continuidade da integração e diálogo entre governo e sociedade.
 
Aprendemos grandes lições neste ano com o Pantanal e temos um compromisso e responsabilidade, não somente com o povo sul-mato-grossense, mas com o mundo, de forma a garantir que toda essa riqueza e beleza singulares seja conservada e desfrutada pelas futuras gerações.
 
*Secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul

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