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Opinião

Quem é o terrorista?

19 novembro 2015 - 00h00Jiyan Yari
Muito se tem falado nos últimos tempos de terrorismo, entre eles o Estado Islâmico (EI), e em menor escala, no que tange à divulgação na mídia ocidental, o Boko Haram, os Talebãs, a Al-Qaeda (dado por muitos como já desfalecido, mas que ainda parece permanecer ativo) e o Hamas, todos pertencentes ao mundo árabe, mas também não podemos esquecer de outros grupos, estes ocidentais e tão ativos quanto os outros, como o IRA (Exercíto Republicano Irlandês), o ETA (Pátria Basca e Liberdade) e os nosso vizinhos, as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), entre muitos outros grupos terroristas espalhados ao redor do mundo. Porém nos últimos anos temos visto o EI, que promete ser o mais violento e o mais controverso de todos os tempos, até mais ainda que o tão temido antes Al-Qaeda, que desferiu ataque mortal contra os americanos fazendo cerca de 3000 vítimas fatais.

O EI, dizem os especialistas, formou-se nas prisões americanas no Iraque, por pessoas que antes pertenciam já a outros grupos terroristas, principalmente do Al-Qaeda, todos órfãos de Osama bin Laden e também de muitos ex-agentes do serviço secreto iraquiano depois da queda de Sadam Hussein. O poderio militar do EI só não é maior do que o seu aporte financeiro, já que estima-se que a organização possua mais de 2 bilhões de dólares de lastro para financiar suas campanhas.

Aliado a todos estes recursos está a sua capilarização no mundo todo, muito grande nos países europeus, ainda mais após o êxodo provocado na Síria, que segundo os serviços secretos de vários países tem muitos agentes do EI infiltrados entre as pessoas inocentes que fogem de lá em busca de uma chance à vida. Porém o que parece realmente fazer a diferença do EI com os outros grupos é a sua incrível capacidade de comunicação, de penetrabilidade entre jovens, pois também são jovens em sua maioria e conhecem a sua linguagem, suas angústias e seu espírito de rebeldia e revolta com o mundo capitalista “selvagem", principalmente nos muitos "guetos" existentes nas principais cidades européias, o que torna mais fácil recrutar "soldados" para a sua causa.

Por essa comunicação podemos entender a sua linguagem persuasiva, que na área de Segurança da Informação chamamos de "Engenharia Social", que trata-se da técnica de se conseguir enganar através da linguagem, do convencimento. Sem dúvidas eles utilizam, e muito bem, os recursos computacionais e da internet, até porque por ser de maioria jovem, provavelmente pertencentes à geração tecnológica e, como tal, dominam com maestria os seus segredos, principalmente as redes sociais, já que a tecnologia é inerente à sua tribo, portanto, pais de adolescentes e jovens tomem muito cuidado com o que seus filhos fazem na internet, pois ainda não existe firewall e antivírus melhor do que a educação e o cuidado dos país.

Temos visto muitas notícias de que o EI tem hackeado sites e invadido servidores, em especial de seus adversários, o que nos faz crer que, além de uma força paramilitar também, representam uma cyberforça, no entanto, o que muitos não sabem, para não dizer quase todos, é que uma das atividades ilícitas mais rentáveis na atualidade, perdendo apenas para tráfico de armas, tráfico de drogas, contrabando e escravidão humana, é a atividade Hacker (ou seria Cracker?), superando inclusive o mercado de sexo no mundo, que baseia-se em um atividade ampla e muito complexa e que fatura bilhões a cada ano, que envolve desde roubo de informações e segredos militares, dados secretos de países, roubo de segredos industriais e corporativos, até os tão conhecidos roubos da indústria cinematográfica e fonográfica, isso sem contar pedofilia e outros tipos de crimes hediondos.

Essa onda de cybercrime, assim como na vida real, possui os seus muitos "mercenários” que são os “Cracker" (e outras denominações como Carders e Phrakers), que vendem seus "serviços" a qualquer um que possa lhes pagar bem, e assim o EI tem se utilizado deles para desenvolver uma série de atividades terroristas.

Agregado a estes fatos também temos os interesses políticos de várias nações (países de primeiro mundo, diga-se de passagem) que, a exemplo de outros momentos da história, fomentaram e mantiveram grupos desta natureza para efeito de exercício de seu enxadrismo político no cenário mundial, e desta forma, tem colocado à disposição os "préstimos" de suas agências de inteligência e seus cybersoldados para proteger e ajudar o EI.

Isso sem contar que deste "nicho" de mercado também participam muitas empresas ditas de "segurança" que vendem seus serviços e produtos ao EI e a qualquer outro que pagar bem. Exemplo claro é o que aconteceu há cerca de um mês em que uma empresa de segurança digital, por vender softwares de espionagem a países com governos ditatoriais como da África e da Ásia, para espionar jornalistas e dissidentes e prendê-los, em represália, teve seus computadores invadidos por um grupo de Hackers e suas informações confidenciais, como nomes e dados de clientes da empresa, divulgados na internet.

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