Uma mulher de 31 anos denunciou ter sido brutalmente agredida, enforcada e estuprada pelo ex-namorado e estudante de medicina, Endreo Lincoln Ferreira da Cunha, em Campo Grande. O caso ocorreu entre a noite de terça (28) e a manhã de quarta-feira (29), sendo registrado na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) como tentativa de feminicídio, cárcere privado e estupro. O suspeito está foragido.
Conforme o boletim de ocorrência da Polícia Militar, a vítima, Angélica Beatriz de Lima Flores, foi levada à Santa Casa de Campo Grande com diversas lesões no rosto, na cabeça e no abdômen. Ela apresentava uma fratura na região dos olhos, deixando a área roxa, sendo necessário ficar em observação médica.
Agressões e cárcere
Em depoimento, Angélica contou que se encontrou com o ex-namorado na noite de terça (28), por volta das 18h, quando ele a convidou para ir até sua casa, no bairro Vilas Boas. Por volta das 3h da madrugada, o homem começou a acusá-la de traição, tornando-se violento.
A mulher relatou que foi espancada com socos no rosto e no corpo, asfixiada com um cinto e obrigada a gravar um vídeo confessando uma traição que não ocorreu. Logo depois, segundo ela, o agressor a obrigou a se despir e manteve relação sexual à força.
Angélica afirmou ainda que ficou em cárcere privado até o início da tarde, quando conseguiu convencê-lo a deixá-la ir a uma unidade de saúde sob o pretexto de buscar atendimento e voltar em seguida. O agressor a deixou na UPA Tiradentes, de onde ela foi transferida à Santa Casa e recebeu atendimento médico e psicológico.
"Foi uma tentativa de homicídio"
Para o JD1 Notícias, Angélica relatou que essa não foi a primeira vez que foi agredida por Endreo. O primeiro episódio ocorreu em dezembro de 2024, quando ele também a atacou, mas o caso não teve maiores consequências porque ela, com medo, continuou o relacionamento.
"Dessa vez, não foi uma agressão. Foi uma tentativa de homicídio", afirmou.
A consultora de licitações contou que já havia pedido uma medida protetiva contra o ex, mas que mesmo assim ele continuava a persegui-la, monitorando suas redes sociais, ligando durante a madrugada e fazendo ameaças.
"Ele me vigiava, me seguia e me ligava para me ofender. Eu mudei de casa, bloqueei contatos, tentei desaparecer, mas nada disso o impediu. O medo passou a fazer parte da minha rotina", disse.
Após o novo ataque, Angélica pediu novamente medidas protetivas e preencheu o Formulário Nacional de Avaliação de Risco, documento que avalia o grau de perigo para a vítima.
Pedido por justiça
Endreo Lincoln segue foragido, e até o momento não há mandado de prisão expedido. A vítima, que segue escondida por medo, faz um apelo público por proteção e justiça.
"Eu estou fora de casa, com fraturas no rosto e com medo. Ele continua solto. Eu só quero justiça, porque o que aconteceu comigo foi uma tentativa de feminicídio. Nenhuma mulher deveria passar por isso", desabafou.
Em um texto divulgado por ela, Angélica diz que decidiu romper o silêncio para encorajar outras mulheres:
"Eu não sinto ódio, só a necessidade de justiça. Nenhuma mulher deveria ser espancada, enforcada, abusada sexualmente e ainda precisar implorar para que a lei seja cumprida. Quero contar minha história para que outras mulheres não passem pelo que eu passei."
O caso é investigado pela DEAM, que já solicitou diligências e deve pedir a prisão preventiva do suspeito.
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O caso foi registrado na DEAM pela vítima (Reprodução/Arquivo Pessoal)




