Quando uma senhora com andador foi impedida por um cavalete de ter acesso à calçada, o publicitário Daniel Britto, 24, e o ilustrador Marco Furtado, 28, tiveram um estalo. Como é que ainda existe uma propaganda eleitoral que dificulta o tráfego das pessoas? "O que um cavalete com um cara sorrindo diz pra gente?", questionou.
Nascia então a ideia de reunir amigos para pegar cavaletes irregulares pela cidade, pintá-los e expor a arte como se fosse uma galeria - saem os números e os sorrisos, entra uma arte colorida e criativa. "Criamos a página sem pretensão alguma, chamamos alguns amigos, mas a coisa saiu do controle. Perdemos o controle de tanta gente que gosta da ideia e que não aguenta mais esses cavaletes. Foi um rastro de pólvora", explica.
Hoje, duas semanas depois de criada, a Cavalete Parede - em referência a mostra Cow Parede - tem mais de 7 mil fãs no Facebook e está marcada para acontecer em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador e Recife. Isso sem contar os eventos não oficiais. "Tem gente que quer fechar a Paulista, botar fogo nos cavaletes, mas nossa ideia é algo pacifico, sem concentração. As pessoas aparecem, colocam suas artes no canteiro central, como em um flash mob", orienta. Só em São Paulo, 1,4 mil pessoas confirmaram presença na exposição, marcada para o dia 29, no canteiro central da avenida Paulista.
Tamanha adesão não foi à toa. "Os polÃticos não respeitam as leis e a cidade, há a falta de fiscalização e a baixa popularidade com esse tipo de mÃdia", opina Britto, ao buscar justificativas para o sucesso do evento. Por enquanto, nenhum candidato ou partido reclamou do movimento, garante o publicitário. A dupla, por enquanto, tenta organizar os eventos nas cidades e escolher bons lugares para a exposição, conforme os pedidos dos internautas.
O movimento ainda pede bom senso: que sejam usados apenas os cavaletes irregulares. Na dúvida, os participantes podem tirar fotos do flagrante para evitar qualquer complicação no futuro. "A gente recebe muita denúncia. Tem até a história de uma menina que caiu de bicicleta e outra que foi agredida porque tirou o cavalete do caminho", diz Britto.
Além de divulgar arte, a dupla garante que a mensagem do movimento já foi passada: a conscientização. "Nosso objetivo principal seria banir os cavaletes na próxima eleição, mas com a Cavalete Parede já houve uma conscientização das pessoas e dos candidatos, que agora sabem que há uma lei especÃfica. O pessoal do Facebook está começando a fiscalizar suas cidades", comemora.
O que diz a Lei?
Segundo a resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) 23.370/2011, é permitida a colocação de cavaletes ao longo de vias públicas desde que móveis e que não dificultem o bom andamento do trânsito de pessoas e veÃculos. A norma define a mobilidade com a colocação e retirada da propaganda entre 6h e 22h.
Via Terra
Deixe seu Comentário
Leia Também

Com covid, senador Major OlÃmpio está na UTI

Contrabando avaliado em R$ 600 mil é apreendido

Projeto quer transformar em lei norma de atividades religiosas como essenciais

Senadores cobram da Anvisa agilidade na aprovação de mais vacinas

Senado aprova texto-base da PEC Emergencial em 2º turno

Mourão diz que Brasil acompanha ritmo de vacinação mundial

Covid-19: Câmara aprova projeto para ajudar setor de eventos

Senado aprova em primeiro turno PEC que permite volta do auxÃlio emergencial

Simone Tebet deve ser escolhida como lÃder da bancada feminina no Senado
