A Faixa de Gaza vai recuperando pouco a pouco nesta quinta-feira (22), suas atividades cotidianas e seus habitantes já saem às ruas após o cessar-fogo que entrou em vigor na noite de ontem, após oito dias de intensos bombardeios israelenses, que deixaram 162 mortos e 1,3 mil feridos. O comércio da maior cidade abriu hoje, e só permaneciam fechadas nesta manhã as lojas que ficaram abertas até altas horas da noite, quando as ruas da cidade se encheram de moradores comemorando a trégua acertada entre Hamas e Israel.
Além disso, os soldados da polícia do Hamas voltaram às ruas, assim como homens armados e uniformizados de outros corpos de segurança vinculados ao movimento islamita alocados em várias esquinas. De tempos em tempos, vans com insígnias do Hamas circulam pela cidade e divulgam em alto-falantes mensagens nacionalistas e de vitória pelo final da ofensiva israelense com uma trégua que impediu uma incursão por terra na faixa palestina.
Apesar dos ânimos triunfalistas, também podem ser vistas cenas de destruição, com vários edifícios atingidos, janelas quebradas e escombros deixados pelos ataques aéreos que vários operários estão limpando. As escavadeiras e os carrinhos de mão em que se acumulam os escombros e entulhos interrompem em vários casos o trânsito que retornou à Cidade de Gaza, com os frequentes engarrafamentos, pela primeira vez em mais de uma semana.
Outro sinal visível do retorno à normalidade é que várias crianças percorrem as ruas de bicicleta, algo impensável há menos de 24 horas na capital, quando seus habitantes se refugiavam como podia dos bombardeios, uns 1,8 mil em uma escola administrada pela UNRWA, a agência da ONU para os refugiados palestinos.
Na cidade de Gaza não se ouvia hoje o constante sobrevoar de aviões israelenses não tripulados, permanente sobre a faixa desde que começou a ofensiva israelense "Pilar Defensivo" em 15 de novembro. Antes da trégua entrar em vigor ontem à noite, Israel bombardeou com intensidade a Faixa e as milícias lançaram também ao redor de uma dezena de foguetes contra território israelense.
Nesta última escalada de violência, o balanço de vítimas mortas é de 162 palestinos e cinco israelenses e, de feridos, 1,3 mil palestinos e 50 israelenses.
Via Estadão
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