Menu
Menu
Busca terça, 22 de abril de 2025
Política

Justiça de Jersey nega recursos da defesa de empresas de Maluf

12 abril 2013 - 10h54Reprodução

A Justiça de Jersey, paraíso fiscal europeu, manteve nesta quinta-feira (11) decisão que determina a devolução de dinheiro desviado de obras públicas aos cofres da Prefeitura de São Paulo. A administração municipal afirma que dois recursos derrubados pela corte tinham sido protocolados por advogados de empresas ligadas ao ex-prefeito Paulo Maluf.

Um assessor de Maluf disse ao Jornal Nacional que a família do ex-prefeito agora vai recorrer à Câmara dos Lordes em Londres.

A primeira decisão que reconheceu o direito à repatriação e culpa diretamente Maluf pela fraude foi divulgada por Jersey em novembro de 2012. Em janeiro deste ano, a Justiça calculou em US$ 28,3 milhões (mais de R$ 55,8 milhões, na cotação de 11 de abril) o total que deve ser devolvido aos cofres do município. O valor é apontado como tendo origem em desvios na construção da Avenida Água Espraiada (atual Jornalista Roberto Marinho).

De acordo com a Prefeitura de São Paulo, uma das decisões da Justiça de Jersey divulgadas nesta quinta-feira reconheceu o direito do município reaver o dinheiro, enquanto outra autorizou o cálculo de juros compostos no valor a ser repatriado. "Os recursos (dos advogados de defesa) foram integralmente desprovidos, o que implica manutenção integral das decisões", informou em nota a administração municipal.

O procurador-geral do município, Celso Augusto Coccaro Filho, afirma que os advogados ainda podem contestar a decisão em uma corte superior. Coccaro ressaltou, entretanto, que novos recursos e demora no pagamento podem implicar em aumento de custos para as empresas, pois o valor a ser devolvido será recalculado com juros.

Bloqueio
Em março deste ano, a Justiça de São Paulo determinou o bloqueio R$ 519,7 milhões da empresa Eucatex, de propriedade da família de Maluf. A decisão foi tornada pública na quarta-feira (10).

A sentença atendeu pedido do Ministério Público (MP) do Estado de São Paulo, que afirma que há uma operação em curso para blindar o patrimônio da empresa das ações movidas na Justiça pelo Ministério Público e pela Prefeitura de São Paulo contra Maluf. Na ação, o promotor Silvio Antonio Marques defende que a Eucatex está em vias de transferir R$ 320 milhões à outra empresa, a ECTX, que segundo o MP também pertence à família Maluf.

Em nota, a empresa afirma que “o pedido de bloqueio de bens da Eucatex já foi requerido pelo Ministério Público em 2009, tendo sido negado em primeira e segunda instância”. A Eucatex acrescenta que seu patrimônio antes da criação da ECTX, em dezembro de 2011, era de R$ 997 milhões. Um ano depois, “após a transferência do patrimônio para a nova companhia, passou para R$ 1.067 milhões, conforme balanço publicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo” em 21 de março de 2013.

Esse processo corre em segredo de justiça. Na liminar, a  juíza Celina Kiyomi Toyoshima, da 4ª Vara da Fazenda Pública, afirmou que pode reconsiderar a decisão desde que "haja comprovação, por parte da Eucatex, do risco iminente de quebra, por conta do bloqueio (cerceamento das atividades empresariais)".

A Promotoria pede na Justiça a devolução de US$ 153 milhões (cerca de R$ 308 milhões) que teriam sido desviados da Prefeitura de São Paulo na época em que Maluf foi prefeito, entre 1993 e 1996. A verba teria sido enviada ao exterior e depois investida na Eucatex.

Nota da Prefeitura
Confira abaixo a íntegra do comunicado:

"Na data de hoje – 11 de abril de 2013 - a Corte de Apelação de Jersey julgou de maneira conjunta dois recursos que haviam sido interpostos pelas empresas Durant International Corporation e Kildare Finance Limited contra diferentes decisões da Real Corte de Jersey. Uma das decisões havia reconhecido o direito do Município de São Paulo a recuperar ativos financeiros oriundos de contratos de obras públicas realizados em gestão passada, mantidos nas contas das referidas empresas. A outra decisão, mais recente, autorizou o cômputo de juros compostos no valor a ser  repatriado. Os recursos foram integralmente desprovidos, o que implica manutenção integral das decisões.

As empresas ainda podem apresentar recurso final ao “Judicial Committee” do “Privy Council”, que é instância final de julgamento dos recursos para os territórios ultramarinos do Reino Unido e das dependências da Coroa Britânica (hipótese de Jersey). A admissão de tais recursos exige demonstração de que há relevância pública de caráter geral.

O recurso não tem eficácia suspensiva, de modo que é possível continuar a cobrança, pelas medidas executivas pertinentes. O valor da dívida é de cerca de U$ 25 milhões. A Corte de Apelação ainda deverá fixar o valor a ser indenizado ao Município pelas empresas em virtude da improcedência dos seus recursos, inclusive honorários de advogados."

Via G1

Reportar Erro

Deixe seu Comentário

Leia Também

Sessão Plenária do Supremo Tribunal Federal (STF)
Política
Mais uma leva: STF decide se mais 6 pessoas viram réus por tentativa de golpe
Foto: Izaias Medeiros
Política
Vereadores votam projeto para suporte e promoção de empreendedores locais
Chefes dos Três Poderes destacam legado do papa Francisco
Política
Chefes dos Três Poderes destacam legado do papa Francisco
Ex-presidente Jair Bolsonaro precisou passar por cirurgia de 12 horas para tratar obstrução intestinal
Política
Em 7º dia de UTI, Bolsonaro tem pressão controlada; confira o boletim
Naiane Bittencourt e Michele Bolsonaro
Política
Naiane Bittencourt é escolhida presidente do PL Mulher em MS
Operação começou nesta segunda-feira
Cidade
Câmara tenta validar título de Polícia Municipal à Guarda Civil de Campo Grande
Foto: TRE-MS
Política
Títulos eleitorais que não forem regularizados até maio podem ser cancelados
Foto: GDSnews
Política
Justiça nega recurso de diretório do PSDB contra ex-candidato em Aquidauana
Após pressão, governo deve adiar norma sobre medidas de saúde mental no trabalho
Política
Após pressão, governo deve adiar norma sobre medidas de saúde mental no trabalho
Roberto Mateus de Oliveira Galvão, o "Beto" -
Política
Por pagar até R$ 10 mil a cabo eleitoral, candidato em Campo Grande é condenado

Mais Lidas

A vítima morreu dentro do veículo
Polícia
AGORA: No Domingo de Páscoa, homem é morto a tiros dentro de carro em Campo Grande
Morto no Domingo de Páscoa tinha 32 anos e cumpria prisão domiciliar na Capital
Polícia
Morto no Domingo de Páscoa tinha 32 anos e cumpria prisão domiciliar na Capital
JD1TV: Vídeo mostra suspeito de assassinar homem em carro na Capital
Polícia
JD1TV: Vídeo mostra suspeito de assassinar homem em carro na Capital
Caseiro morreu no ataque
Interior
JD1TV: Caseiro morre após ser atacado por onça no Rio Aquidauana