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SP: manifestantes usam site para denunciar abusos em protestos

13 junho 2013 - 13h12Via Terra
Com o objetivo de abrir espaço para relatos "na íntegra" de abusos e agressões cometidas durante os protestos contra o aumento das tarifas de ônibus em São Paulo, os manifestantes criaram um tumblr, site que permite aos usuários publicarem textos, imagens, vídeo, links, citações e áudio, chamado "o que não sai na TV". Por meio dele, qualquer pessoa pode falar sobre os protestos que terá o texto original no ar.

Em um dos posts, por exemplo, André Montilha, que diz não ser defensor do Movimento Passe Livre (MPL), conta que foi agredido pela Polícia Militar porque estava filmando a ação dos PMs. "O primeiro impulso que tive foi o de registrar em câmera aquela situação que já estava começando a ficar tensa. Comecei a filmar com o celular, sozinho, longe de qualquer manifestante. Os policiais estavam com suas granadas de efeito moral empunhadas. Foi aí que a coisa ficou feia. Tentei guardar o celular, mas não deu tempo, pois quando vi eu já estava no chão. Havia levado uma porrada no braço", afirmou ele.

"Já no chão, fui violentamente agredido por três policiais, levei diversos golpes de cacetete na cabeça, nas costas e nas mãos. Atordoado, tentei pedir ajuda, mas fui recebido com uma bomba de gás lacrimogêneo, que estourou no meu colo. (...) Queria deixar registrado o que aconteceu e grifar novamente que esse tipo de ação da Policia Militar NÃO SE LIMITA AOS MANIFESTANTES! EU NÃO SOU DEFENSOR DO MOVIMENTO PASSE LIVRE", ressaltou Montilha.

Em outra postagem, Bruno Dias acusa a PM de reprimir sem necessidade o protesto da última terça-feira. "Chegamos próximos ao vão do Masp, cantando, organizados, pacíficos. Havia um cordão de isolamento formado pelo Choque e pela Força Tática. Começamos a nos aglomerar quase em frente ao vão, quando ouvi o primeiro disparo vindo do lado oposto da rua, na calçada do Parque Trianon. Com os disparos logo veio a correria, vi pessoas caindo e sendo levantadas pelos demais, vi pessoas correndo para todos os lados desnorteadas, e a polícia descendo bala. Dez segundos foram necessários para que não se pudesse mais ter certeza de onde estávamos pisando", contou ele.

A manifestante Thais Bernard descreveu ter tido um "sentimento de impotência" na manifestação da última terça-feira. "Estávamos todos organizados e pacíficos até que bombas de gás lacrimogêneo foram disparadas pela tropa de Choque sem a menor justificativa contra os que ali estavam caminhando. Nesse momento, me vi correndo e fugindo, e um sentimento de impotência me dominou: era uma guerra de um lado só. A revolta tomou conta de uma parte dos manifestantes, uma vez que fomos covardemente encurralados e impedidos de continuar uma passeata em prol do direito de ir e vir".

Protesto dura cerca de seis horas
Na terça-feira, após seis horas de protesto contra o aumento das tarifas de ônibus, trem e metrô na capital paulista, foram registrados pelo menos 20 prisões de manifestantes e três casos de policiais militares feridos por pedras.

A manifestação iniciou de maneira pacífica, mas os primeiros tumultos começaram logo no início da passeata, na rua da Consolação, onde um jovem ciclista foi detido ao trafegar na única faixa liberada na via. A partir daí, o clima continuou tenso, com novos episódios de confronto entre manifestantes e policiais militares.

A situação se agravou, porém, em frente ao terminal de ônibus Parque Dom Pedro. Após cerca de 20 minutos concentrados em frente à parada, um grupo de jovens tentou levar a passeata ao local, entregando flores aos policiais, mas foi impedida pela PM, que disparou bombas de gás lacrimogêneo e tiros de bala de borracha.

A PM não soube informar quantos manifestantes ficaram feridos, mas, segundo o site Terra, vários jovens foram atingidos por cassetetes e balas de borracha disparados pelos policiais. Pelo menos dois manifestantes ficaram feridos após serem atropelados por um motorista, que dirigia um Fiat Uno, que se irritou com a manifestação e atirou o carro contra os jovens - um homem e uma mulher, que não se feriram com gravidade.

Segundo os organizadores, o objetivo da manifestação era "parar o país para serem escutados em Paris", em referência à cidade para onde o prefeito, Fernando Haddad (PT), e o governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), foram para defender a candidatura da cidade para ser sede da Expo2020. No início do protesto, muitos passageiros de ônibus demonstraram apoio à passeata, aplaudindo a manifestação. Entretanto, a pichação dos veículos - muitos ônibus - e de prédios públicos foi reprovada por muitas pessoas que assistiam ao protesto.

Confrontos
O protesto foi marcado por confrontos entre os manifestantes e policiais militares. Um grupo usou lixeiras e pedras para destruir vidraças de agências bancárias. Na rua Silveira Martins, o diretório do PT também foi apedrejado. A Tropa de Choque da PM usou bombas de efeito moral para dispersar os manifestantes, após o confronto no terminal de ônibus do parque Dom Pedro. Com isso, grande parte dos participantes do ato subiu para a avenida Paulista.

A manifestação teve início, no fim da tarde, com uma concentração no fim da Paulista. Depois saiu em passeata pela rua da Consolação. Em seguida, os participantes bloquearam completamente a Radial Leste, pegaram a avenida Liberdade, passando pela praça da Sé. Na avenida Rangel Pestana, um pequeno grupo apedrejou e queimou um ônibus elétrico que estava estacionado. No parque Dom Pedro, eles foram impedidos pela polícia de entrar no terminal de ônibus.

Aumento da tarifa
As passagens de ônibus, metrô e trem da cidade de São Paulo passaram a custar R$ 3,20 no dia 2 de junho. A tarifa anterior, de R$ 3, vigorava desde janeiro de 2011. Desde o dia 6, a cidade vem enfrentando protestos.

?Segundo a administração paulista, caso fosse feito o reajuste com base na inflação acumulada no período, aferido pelo IPC/Fipe, o valor chegaria a R$ 3,40. "O reajuste abaixo da inflação é um esforço da prefeitura para não onerar em excesso os passageiros", disse em nota.

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), havia declarado que o reajuste poderia ser menor caso o Congresso aprovasse a desoneração do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) para o transporte público. O decreto foi publicado, mas não houve manifestação da administração municipal sobre redução das tarifas.

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