Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) podem decidir pela suspensão temporária dos efeitos da nova lei de distribuição dos royalties do petróleo já nas próximas semanas, informou à agência de notícias Reuters o Tribunal, depois de consulta à Secretaria-Geral da corte sobre tramitação do processo.
Em uma das possíveis decisões do futuro relator do caso - que será sorteado a partir da chegada de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) -, o ministro poderia levar imediatamente ao plenário a decisão de conceder ou não uma cautelar que suspenda os efeitos da lei aprovada no Congresso.
Na última quinta-feira (07), o Congresso derrubou o veto parcial da presidente Dilma Rousseff à lei, terminando com o direito dos Estados produtores de receber royalties como indenização pelas áreas atingidas na exploração de petróleo.
Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo prometeram entrar com uma ação no STF assim que a lei fosse promulgada, o que deve ocorrer na próxima semana. A presidente tem 48 horas para promulgar a lei, que ainda não foi enviada pelo Congresso ao Executivo.
"Esta seria uma das três possíveis ações do relator, que tem liberdade para decidir o encaminhamento do pedido", afirmou o secretário de Comunicação do STF, Wellington Silva.
"Em tese, o tema poderia ir ao plenário já na quarta-feira, caso a ação já tenha chegado ao Tribunal", acrescentou.
A decisão de sustar os efeitos da lei até a decisão final sobre a ação ocorre caso os estados produtores entrem com o pedido de cautelar - o que Rio e Espírito Santo já indicaram que farão nos próximos dias.
As duas outras possibilidades, segundo o tribunal, seriam não levar ao plenário o pedido de cautelar e encaminhar aos órgãos pertinentes, como a Advocacia Geral da União (AGU), pedidos de informações, para então tomar uma decisão sobre o tema.
Ou, ainda, não conceder a cautelar, o que faria com que a lei aprovada e vetada já estivesse valendo, e dar encaminhamento à análise da ação - com pedidos de informação aos órgãos e preparação de voto para levar ao plenário o tema.
Três ministros da corte ouvidos desde sexta-feira afirmaram, sob condição de anonimato, que é bastante provável que o tema ganhe prioridade na corte, o que poderia significar uma apreciação da ação em três a quatro meses, pois é necessário respeitar prazos legais de tramitação.
Todos os três afirmaram que a corte não pode levar em conta a pressão do governo do Rio, que decidiu suspender todos os pagamentos não obrigatórios, com exceção dos salários dos servidores públicos, até uma decisão do STF sobre a Adin a ser proposta pelo estado.
O governo do Rio tem estimado perdas anuais de arrecadação de R$ 3,1 bilhões com a derrubada dos vetos. O governo do Espírito Santo diz que terá perdas de R$ 4,7 bilhões em seus cofres até 2020.
A polêmica sobre a divisão dos royalties do petróleo começou quando o governo decidiu criar um novo marco regulatório para a exploração do óleo no país, determinando que os campos do pré-sal seriam licitados pelo regime de partilha e não mais por concessão.
Via Uol
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