TRE diz que reforma política é o fim do voto secreto
11 dezembro 2010 - 09h16
Na cerimônia de diplomação dos eleitos, o presidente do Colégio de Presidentes dos Tribunais Regionais Eleitorais, Luiz Carlos Santini, afirmou diante da bancada federal que o projeto de reforma eleitoral, como está hoje, é um retrocesso, que irá acabar com a segurança do sistema de votação.
Segundo o presidente do TRE, existem dois grandes problemas: as possibilidades da identificação do voto e de o eleitor votar mais de uma vez. “É a volta do coronelismo”, afirmou. “Não haverá qualquer segurança e sigilo do voto”.
Ao votar, a urna eletrônica, de acordo com a proposta, passará a emitir um comprovante, com uma numeração. Para Santini, o número poderá ser usado para identificar o voto.
Além disso, a urna passará a ser “aberta”, ou seja, a votação não será mais liberada pelo mesário por meio da digitação do número do título de eleitor. Isso, no entendimento dos tribunais eleitorais, permitirá que um mesmo eleitor vote quantas vezes quiser.
“Voltamos a 1930. Não será possível afirmar que o voto é livre e secreto. Repito: voltaremos aos anos anteriores a 1930. Os erros dessa suposta reforma política fazem com que uma pessoa possa votar mais de uma vez”, disse.
As declarações vieram após elogios do próprio presidente à urna eletrônica e ao sistema de votação atual.
Nas eleições deste ano foram usadas mais de 5.000 urnas em Mato Grosso do Sul. Mais de 20 mil mesários trabalharam e o custo do voto para a Justiça Eleitoral foi de R$ 2,88, um valor considerado “baixíssimo” por Santini.
Fonte: CG NewsReportar Erro