A vereadora Luiza Ribeiro (PT), de Campo Grande (MS), lamentou o que classificou como uma “chacina no Rio de Janeiro” e denunciou o que considera uma política de extermínio nas favelas do país.
O posicionamento da parlamentar foi divulgado após a megaoperação realizada na semana passada, que deixou mais de 120 mortos e foi chamada pelo governador Cláudio Castro (PL) de “a maior operação policial da história” do estado.
Para Luiza, no entanto, o episódio representa a ação mais letal já registrada no Rio de Janeiro, superando até o massacre do Carandiru, ocorrido em 1992, quando 111 detentos foram mortos pela Polícia Militar de São Paulo.
“É impossível falar em segurança pública quando o resultado é dor, medo e extermínio. Nenhuma vida vale menos. Nenhum governo pode chamar de sucesso uma operação que deixa centenas de famílias em luto”, declarou a vereadora.
Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de Campo Grande, Luiza Ribeiro afirmou que a chamada Operação Contenção configura “a maior violação de direitos humanos cometida pelo Estado brasileiro desde a redemocratização”.
“O uso de força letal contra tantas pessoas em comunidades vulneráveis não pode ser naturalizado. É um episódio que exige resposta imediata e responsabilização das autoridades envolvidas”, reforçou.
A parlamentar também chamou atenção para o aumento no número de fuzis apreendidos em ações policiais, o que, segundo ela, revela uma escalada preocupante no poder de fogo das facções criminosas e das milícias. Luiza destacou ainda que o problema se agrava quando há conluio de políticos com o crime organizado.
“O caso do deputado estadual TH Joias, acusado de ligações com o Comando Vermelho e de usar seu cargo para intermediar negócios ilícitos, mostra como o tráfico de armas e a corrupção política se sobrepõem. Enquanto o Estado anuncia recordes de apreensões, figuras com acesso ao poder político atuam em conluio com as mesmas estruturas criminosas que deveriam combater”, afirmou.
Para a vereadora, o episódio escancara uma crise estrutural na segurança pública e nas instituições democráticas brasileiras.
“Essa sobreposição entre aparato estatal e submundo do crime mina a credibilidade das instituições, perpetua a impunidade e revela que a fronteira entre legalidade e criminalidade está cada vez mais difusa. A violência não pode ser resposta de Estado. Segurança pública de verdade se constrói com justiça, educação e dignidade, não com chacina”, concluiu Luiza Ribeiro.
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Luiza Ribeiro - (Foto: Izaias Medeiros / Câmara CG)



