A saúde mental está no topo sobre os assuntos mais falados atualmente, antes mesmo da pandemia começar. A Organização Mundial da Saúde (OMS), explica que a Covid-19 além de agravar transtornos como a ansiedade, trouxe novas questões.
Toda a população acabou sendo afetada, mas a sobrecarga do sistema de saúde fez com que os profissionais atuantes nessa área também sofressem com isso.
O JD1 Notícias conversou com alguns profissionais da saúde sobre a carga mental e o que foi necessário fazer para aliviar a pressão em meio ao caos que se instalou no mundo durante esses quase dois anos.
A técnica de enfermagem Stefany Araújo, conta que para ela o maior desafio foi lidar com o estado psicológico totalmente abalado, além da exaustão pela super lotação e mortes por toda parte.
“Eu tentava não trazer os problemas para casa, fora que eu passava a maior parte do tempo que não estava no hospital dormindo de tanto cansaço”, afirmou Stefany.
Já para o médico Diego Nantes, a parte mais difícil foi lidar com o sofrimento das famílias e desespero em ver um familiar com COVID grave, a velocidade com que a doença progredia. “Me dava medo de acontecer algo do que eu estava vendo todo dia com alguém próximo e ter que passar também pelo que eu via as famílias passando e a gente já ter tentado de tudo”, declarou.
Ele conta que até mesmo os casos leves da doença acabavam por deixá-los sobrecarregados e que tinha muito profissional da saúde envolvido em atender essa demanda alta de paciente e prejudicava de forma de forma geral ao atendimento de pacientes que não tinham COVID que às vezes ficavam em desassistência.
Diego acredita que atualmente está muito melhor e que mesmo com o vírus ainda presente, já é possível saber lidar com a situação.
“As pessoas sabem lidar melhor e, a pesar de precisar de todo o cuidado, temos conseguido adaptar e seguir a vida em frente”, afirmou Diego.
Além dos profissionais que trabalharam convivendo diretamente com pacientes com covid, presenciando óbitos ou apenas estando presentes em um hospital, outros profissionais da saúde também foram gravemente prejudicados em relação a saúde mental, insegurança e medo.
A cirurgiã-dentista Mariá Pereira, atua na área há cerca de 6 anos, de forma autônoma e justamente por isso se viu perdida entre as incertezas de como proceder nessa situação caótica que o mundo entrou de repente.
“Tivemos que ficar 15 dias sem atender, foi um tempo para se adequar. Na volta tivemos muito medo, pois o paciente fica com o rosto totalmente exposto a nós. Também foi muito difícil a carga mental de ser um apoio para os pacientes, pois muitos que vinham a consulta perderam vários familiares e amigos para a doença”, disse a dentista.
Para conseguir lidar com tantas dúvidas e medo, Mariá conta que recorreu a terapia e foi isso que a segurou firme em meio tudo. “Quando começou a pandemia mudamos para a forma online e isso possibilitava conversar para raciocinar melhor e aceitar a situação que vivemos”, afirmou.
A reportagem do JD1 Notícias conversou também com a psicóloga Sarah Monteiro da Silva, CRP 14/08342-7 que iniciou seu atendimento clinico juntamente com o inicio da pandemia no Brasil.
Sarah explicou que a demanda de atendimento começou a aumentar logo após a primeira quarentena e que ela mesma chegou a atender muitos profissionais da área da saúde. “Alguns dos nossos colegas perderam familiares, porque nós estávamos também na linha de frente”, conta.
Outro ponto observado por ela, foi a crise financeira que se instalou no país e também afetou o setor da saúde e consequentemente o agravamento de uma crise psicológica em toda uma nação.
“Nós estávamos tendo muitas demandas, que mexiam com a gente. A diferença é que nós psicólogos também fazemos terapia e temos a consciência que nós precisamos estar em terapia, então talvez isso tenha amenizado um pouco”, finaliza Sarah.
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