A corrida por um dos tesouros mais preciosos do Vale do Silício esquentou com o anúncio de um forte competidor: a Apple também quer o filão dos mapas on-line.
Em meio a novos produtos, a empresa mostrou na semana passada em San Francisco as primeiras imagens de seu aplicativo de cartografia e geolocalização para dispositivos móveis.
Encerrando uma parceria de cinco anos, o serviço que era fornecido pelo Google será substituído pelo Mapas no iOS 6, a próxima versão do sistema operacional para iPhone e iPad.
Rivais no mercado móvel, as duas empresas inauguram outro campo de batalha. O Google é o líder do serviço e, com investimentos de oito anos, detém mais de 70% do mercado nos EUA.
Porém, metade das pessoas que acessam mapas do Google tem aparelhos da Apple, segundo o jornal "Wall Street Journal".
A importância da cartografia on-line vai além do uso básico de navegação. O aplicativo é o cenário virtual, na ponta do dedo do usuário, para um universo de possibilidades de comércio local, propagandas e coleta de dados.
Google Voador
O Google, prevendo o movimento da Apple, se pronunciou uma semana antes, para lembrar que cobre mais de 180 países, além de interiores de aeroportos e shopping centers, com ajuda de aviões próprios, carros e bicicletas. Aproveitou também para anunciar algumas melhorias, como imagens em 3D e funcionamento off-line.
Já a Apple mostrou o Flyover, uma ferramenta do serviço de mapas que mostra imagens como se o usuário sobrevoasse o local.
Além disso, o assistente virtual Siri, ainda indisponível em português, estará ligado à cartografia on-line para sugerir rotas sem trânsito.
Na conferência em San Francisco, o grilo falante da Apple foi questionado se "faltava muito" para chegar a um destino. "Relaxa, faltam 14 minutos", respondeu o Siri.
"É uma solução de mapeamento feita do zero. Nós vamos fazer nossa cartografia. Vamos cobrir o mundo", disse Scott Forstall, responsável pela área de software da Apple, que em anos recentes adquiriu ao menos três companhias especializadas em mapas e fez parceira com a holandesa TomTom (líder de navegação para veículos).
Quem paga a conta?
O domínio cartográfico do Google começou a ganhar resistência no final de 2011, quando a empresa resolveu estender suas taxas de uso a sites menores, que começaram a procurar alternativas.
A principal tem sido o OpenStreetMap, serviço de mapas ao estilo da Wikipédia, com criação coletiva e 500 mil usuários cadastrados. A rede social Foursquare foi uma das empresas que deixou o Google Maps.
Outras também estão se reorganizando. Especula-se que a Nokia passará a responder pelos mapas do Windows Phone 8, o sistema operacional móvel da Microsoft.
Via Folha
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