Justiça

Justiça solta acusado de matar irmãos gêmeos a tiros em Campo Grande

O juiz considerou as provas policiais frágeis e, respaldado em parecer do Ministério Público, decidiu impronunciar Robson Melo de Almeida

15 OUT 2025 • POR Vinícius Santos • 11h36
Gêmeos Rafael Muler Passos e Alexandre Muler Passos, de 31 anos - - Foto: Arquivo Pessoal

A Justiça Criminal de Campo Grande mandou soltar Robson Melo de Almeida, de 42 anos, conhecido como “Magrão” ou “Cabelo”, acusado de matar os irmãos gêmeos Rafael Muler Passos e Alexandre Muler Passos, ambos de 31 anos, em 25 de setembro de 2020.

O crime ocorreu por volta das 23h, na rua Domingos Giordano, no bairro Conjunto Residencial Mata do Jacinto, região norte da Capital. As vítimas eram de Manaus e estavam morando em quitinetes na região.

Em sentença de impronúncia, o juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, destacou: "Dessa feita, reputo por insuficientes os elementos probatórios até então amealhados, os quais não são aptos a propiciar um juízo positivo de admissibilidade da acusação."

Para o magistrado, a prova produzida na fase policial é frágil de forma a dar azo a levá-lo à submissão ao julgamento popular. Ele explicou que, quando não há demonstrada a existência de elementos indicativos de autoria, ou a comprovação do fato delituoso narrado na peça acusatória, a decisão correta é a impronúncia.

Durante o processo, Robson, nas oportunidades em que foi ouvido, negou as imputações. Na delegacia, afirmou não conhecer as vítimas, negou a autoria do crime e disse não possuir motocicleta vermelha. Em juízo, permaneceu em silêncio, direito que lhe assiste.

Uma testemunha foi ouvida no caso, durante a fase policial, ela teria dito que “Cabelo” era o autor da execução das vítimas. Todavia, essa versão não foi confirmada judicialmente, já que a testemunha faleceu antes de poder ser ouvida em juízo. 

Também o alegado não foi corroborado por qualquer outro elemento de convicção na fase judicial. Além disso, as demais testemunhas ouvidas em juízo não indicam Robson como autor do crime. 

Da mesma forma, pelas imagens das câmeras de segurança, não foi possível identificar quem são os autores. Com base nesses elementos, Robson foi impronunciado, ou seja, não enfrentará júri popular pelo caso. 

No mesmo processo, o juiz mandou expedir alvará de soltura, visto que ele estava preso desde junho deste ano, após quase cinco anos foragido. Com a captura dele, a instrução processual andou e agora teve esse desfecho.

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