Polícia

Mantida em cárcere pelo namorado, jovem foi estuprada durante sessões de tortura

Autor alegou que lesões da vítima foram causadas por uma queda

31 JAN 2023 • POR Sarah Chaves e Vinicius Costa • 11h11
Itens usados para tortura da vítima - Divulgação/Deam

A jovem de 20 anos, que foi mantida em cárcere privado pelo namorado de 27 anos, teve cílios e rosto queimado além de ser estuprada durante torturas, de acordo com a delegada titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), Elaine Benicasa, responsável pelo caso.

Em coletiva de imprensa nesta terça-feira (31), a delegada informou que à polícia, a vítima disse que o desentendimento entre o casal começou dentro do carro do autor, quando voltavam da comemoração do aniversário dela.

Dentro do veículo, o autor deu uma “mata-leão” na jovem que desmaiou e acordou já dentro da casa dele. Assim que acordou o autor teria jogado álcool em seu rosto e usou uma balança de peso para golpeá-la no rosto duas vezes.

Desde sábado (28), até segunda-feira (30), quando a jovem foi encontrada após pedir socorro, os episódios e instrumentos de tortura foram vários, como elencou a delegada. “Ela começava a gritar, ele mandava ela parar, com um ferro de passar começou a soltar vapor quente na face da vítima. Ele amarrou pés e mãos com silver tape e jogava água quente na virilha da vítima. Tufos de cabelo dela foram encontrados no banheiro".

Em dado momento, o agressor pediu que a vítima ficasse nua, ela relatou que mantiveram relações sexuais não consensuais, "mas ela fez por medo", destacou a delegada Elaine Benicasa.

A situação só teve fim, pois em um descuido do agressor, a vítima conseguiu pegar o celular e mandar mensagem para o irmão que acionou a Polícia Militar. Ao ser preso em flagrante, o autor negou que a namorada estivesse na casa e negou os fatos, dizendo que os ferimentos foram causados por uma queda da vítima, de dentro do carro, no entanto, na manhã desta terça-feira (31), autor informou que “refletiu”e que iria confessar.

A Polícia Civil já representou pela prisão preventiva do autor por estupro, cárcere privado e tortura.