Polícia

Com 36 mortes, MS tem média de um feminicídio a cada 8 dias e números ultrapassam 2024

Por conta disso, em números gerais, o estado ocupa a posição de segunda maior taxa de feminicídio do Brasil

18 NOV 2025 • POR Brenda Assis • 17h24
1ª DEAM - Casa da Mulher Brasileira - - Foto: Ilustrativa / Gov MSCMB

Faltando 43 dias para o ano de 2025 acabar, o estado de Mato Grosso do Sul registrou a triste marca de 36 vítimas de feminicídio. O número, atualizado após a morte da jovem Gabrielli Oliveira dos Santos, de 25 anos, em Sonora, ultrapassou os dados de 2024.

Ano passado, a vida de 35 mulheres foram ceifadas no estado. Em 2025, o estado registrou, em média, um feminicídio a cada 8 dias. Por conta disso, MS ocupa a posição de segunda maior taxa de feminicídio do Brasil.

O alto índice de casos, muitos ocorrendo dentro das residências das vítimas, ressalta a urgência de medidas preventivas e de proteção mais eficazes. Instituições locais, como a Assembleia Legislativa (ALEMS), o Tribunal de Justiça (TJMS) e a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), têm promovido campanhas, como a Agosto Lilás e a #TodosPorElas para tentar combater o problema.

Alguns casos de 2025

Até o momento, o caso que mais chocou e causou comoção até nos policiais mais experientes foi o da Vanessa Eugênia Medeiros, de 23 anos, e da sua filha de apenas 10 meses, Sophie Eugênia Borges, que após serem estranguladas, foram queimadas, juntas, na região do Indubrasil.

O autor, João Augusto Borges, 21 anos, marido e pai das vítimas, chegou a falar abertamente para algumas pessoas que cometeria o crime, pesquisando como fazê-lo e até mesmo fingindo desespero para os familiares depois da execução. Demonstrando frieza e premeditação, ele fez investigadores com mais de 30 anos de carreira chorar durante seu depoimento por conta da crueldade em suas palavras ao detalhar como matou as duas.

Outro caso, que ganhou a mídia nacionalmente, foi o assassinato a facadas da jornalista Vanessa Ricarte, de 42 anos, no dia 12 de fevereiro. Na ocasião, ela havia acabado de sair da DEAM (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), onde registrou um boletim de ocorrência contra o ex-noivo e autor, o músico Caio Cesar Nascimento Pereira.

O crime aconteceu na casa onde o casal morava, no bairro São Francisco. Ela teria retornado ao local para pegar seus pertences, acompanhada de um amigo, momento em que foi atacada. Vanessa chegou a ser socorrida e levada para a Santa Casa de Campo Grande, mas não resistiu aos ferimentos.

Um dos crimes, acontecido no dia 1° de março, mostra que as vítimas além de serem humilhadas pelos seus companheiros, sofrem até o último suspiro, como de Giseli Cristina Olikowiski, que foi agredida, espancada a tijoladas, enterrada em uma espécie de poço raso e teve o corpo queimado pelo companheiro Jeferson Nunes Ramos, no Bairro Jardim Aero Rancho.

O caso mais recente foi registrado ontem (17), quando Diovani Alfredo Dique de Oliveira, 31 anos, estrangulou a companheira, Gabrielli Oliveira dos Santos, de 25 anos, até a morte.

Após o crime, ele ainda avisou a mãe da vítima dizendo com desdém: 'Acabei de matar sua filha, vai lá ver ela'. O homem se entregou as autoridades, detalhando que cometeu o assassinato durante uma crise de ciúmes.

Para combater essa realidade, é fundamental que a sociedade denuncie e apoie as vítimas: