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Jhoseff Bulhões

MC Gael representa a quebrada e aposta no funk como identidade sul-mato-grossense

19 agosto 2025 - 23h02

Em Campo Grande, cidade reconhecida como berço do sertanejo, o funk ainda luta por espaço. Mas para o jovem MC Gabriel Gimenes, o MC Gael, 22 anos, o ritmo já faz parte da identidade cultural local. O campo-grandense acredita que o preconceito com o gênero está diminuindo e que a internet vem ajudando a ampliar a cena.

Em Alta- Você é artista de funk em uma cidade onde o sertanejo domina. Como é para você?
 

MC Gael: Na minha opinião, o funk está em todo lugar do Brasil e vem dominando mundialmente. Mas no nosso estado falta empresário no ramo. Muita gente ainda julga o funk por conta dos hits de putaria de décadas passadas, e isso gerou preconceito. Só que hoje o funk muda a vida de muita gente. Eu escolhi ser artista de funk porque sinto que ele me representa, representa de onde eu vim. Cresci na quebrada, soltando pipa, jogando futebol de rua e rimando na palma da mão. Me inspiro muito no NK, Hariel, Guimê, Rodolfinho, Ryan SP e outros. Quero mostrar que nosso estado precisa reconhecer o funk. Ele não é só palavrão ou apologia ao crime, mas expressão, pureza e sentimento. E eu vou persistir até conquistar esse espaço.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Em Alta- Você sente resistência do público local ao funk ou já existe mais abertura?

MC Gael: Sim, existe resistência, mas o público do funk é enorme e só tende a aumentar. A internet veio para nos ajudar a crescer e mostrar nosso talento.

Em Alta- O que te motivou a escolher o funk como caminho, mesmo fora do eixo Rio–São Paulo?
 

MC Gael: Sempre gostei do funk desde criança. Muita gente acha que ele é só do Rio ou de São Paulo, mas hoje está no mundo inteiro. Me inspiro nos artistas de SP e vejo que, assim como eles, posso ir longe com meu talento. Não venho de família rica, e acredito que meu momento vai chegar, porque já senti a presença de Deus nisso.

Em Alta- Quais as principais dificuldades em fazer funk em Campo Grande?
 

MC Gael: Pra mim, nenhuma. Só bolar um “ice”, jogar o mic na mão e fazer um beat foda, estilo MC Tutu (risos).

Em Alta- O público jovem tem ajudado a fortalecer a cena?

MC Gael: Sim, e muito. Alguns influencers também fortalecem a cena, como o MC Silveira, que lançou “01 do Estado” com Brandão da ZS e BielSilver. Também o Regisleres, influenciador que participou e deu uma moral imensa no meu clipe “Nata de CG”. Só gratidão.

Em Alta- O sertanejo e o funk falam de amor, festa e realidade. Você vê pontos de encontro?
 

MC Gael: Sim. Música é conexão e sentimento. Já cantei sertanejo e até piseiro com o DJ DF (risos).

Em Alta- Você já pensou em misturar funk com sertanejo ou outros ritmos regionais?


MC Gael: Com certeza.

Em Alta- Qual foi o momento mais marcante da sua carreira até agora?

MC Gael: Meu primeiro videoclipe, gravado no iPhone. Isso me marcou muito porque vi o quanto somos esforçados. Não tem como dar errado, Deus vê tudo.

Em Alta- O que diria para quem ainda tem preconceito com o funk?

MC Gael: Nada. Cada um enxerga de uma forma. Não posso julgar ninguém.

EEm Alta-  daqui a cinco anos, onde você se imagina?

MC Gael: Fazendo shows no Brasil inteiro, com minha vida feita, meu estúdio dentro da minha mansão e muito funk pra representar Campo Grande.

Tem alguma sugestão de pauta? Fale com o colunista Jhoseff Bulhões pelo e-mail: [email protected]

 

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Foto: Divulgação