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Semana em PautaCOLUNA

Semana em Pauta

Edir Viegas

Esculhambador-geral da Câmara

14 dezembro 2025 - 08h00

A Câmara dos Deputados dá mostras de ter se transformado num verdadeiro circo de horrores. A situação degringolou depois de o então parlamentar do baixo clero, Hugo Motta, assumir a cadeira de presidente, por obra e capricho de seu antecessor, Arthur Lira, que já emite sinais de arrependimento. “Tem que reorganizar a Casa. Está uma esculhambação”, escreveu, em mensagem postada em grupo de WhastsApp.  A intenção do alagoano não era manter a “bronca” em segredo. Era pra vazar, mesmo.

• Padrinho irritado

Na madrugada de quinta-feira (11), Motta não conseguiu entregar o que prometeu ao seu padrinho político Lira: a cabeça do colega Glauber Braga. O mandato do socialista foi mantido, com a substituição da pena de cassação pela de suspensão, por seis meses. O motivo foi um chute no traseiro do militante do Movimento Brasil Livre (MBL), Gabriel Costenaro, que minutos antes havia feito comentários maldosos contra a mãe do parlamentar. E não era a primeira vez. Glauber perde salário e demais regalias do cargo enquanto perdurar a punição.

• Dois pesos

O mesmo plenário que suspendeu o mandato de Glauber Braga manteve o da deputada Carla Zambelli. A bolsonarista está presa na Itália e as autoridades brasileiras aguardam a sua extradição para que ela possa cumprir pena no Brasil, onde tem condenação com trânsito em julgado no STF. Enquanto isso não ocorre, mesmo sem trabalhar, ela continua a receber o salário de R$ 46.366,19. Grazie Mille!

• Duas medidas

As sentenças no STF contra Zambelli decorrem da perseguição que ela fez a um jornalista, armada com uma pistola, no centro do Rio de Janeiro, e da tentativa de invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Para os parlamentares que votaram contra a cassação, parece que chutar o traseiro de um provocador se constitui em quebra de decoro muito mais grave do que as praticadas pela bolsonarista. E segue a esculhambação.

• Alegria com prazo de validade

O caldo final disso tudo é que quando chegar a hora de o plenário julgar os pedidos de cassação dos deputados Eduardo Bolsonaro e Alexandre Ramagem, ambos homiziados nos Estados Unidos, o tratamento terá de ser idêntico ao que foi dado à Carla Zambelli. Mas como o STF já entrou no circuito e colocou fim à farra dos parlamentares do Centrão e dos bolsonaristas, restou a cara de paisagem dos nobres parlamentares. A caneta do ministro Alexandre de Moraes mais uma vez colocou ordem na casa.

• Adeus, Zambelli

Por ordem de Moraes, assume o mandato em substituição a Carla Zambelli o suplente Adilson Barroso (PL-SP). O ministro também ordenou que o presidente da Câmara, Hugo Motta, dê posse ao suplente em até 48 horas. E sem chororô. Nas redes sociais, Adilson se apresenta como “bolsonarista de Direita, conservador, Patriota, amigo do Pres. Jair Bolsonaro, Michele Bolsonaro, Nikolas Ferreira”. (Até o fechamento desta coluna, o prazo ainda estava em curso e a posse não havia ocorrido).

 

 

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Plenário da Câmara dos Deputados   Fonte: Agência Câmara de Notícias