Já imaginou trabalhar até de madrugada, carregar equipamento, gastar com transporte, ensaiar por horas... e não receber pelo serviço no mesmo dia? Essa é a realidade de muitos músicos em Campo Grande.
A promessa de pagamento imediato é comum, mas raramente cumprida. Artistas relatam atrasos que chegam a uma semana, isso quando não sofrem com o famoso calote. E não estamos falando de um ou dois casos isolados: essa prática tem se tornado tão frequente que alguns já apelidaram a Capital de “cidade do caloteiro”.
É claro que nem todas as casas noturnas e contratantes agem dessa forma. Existem sim produtores sérios que respeitam os profissionais da música. Mas a exceção não apaga a negligência de quem explora o talento alheio sem compromisso com o básico: pagar em dia.
Além do cachê que não chega, o artista arca com transporte, alimentação, figurino, ensaios e estrutura técnica. Tudo isso sem contar com a falta de apoio público, editais escassos e a conhecida “porta fechada” que muitos enfrentam enquanto não viram celebridade. Aqui, o apoio só vem depois do sucesso, antes disso, é cada um por si.
É preciso dizer: a cultura da exploração na noite campo-grandense precisa acabar. Valorização começa por respeito. E respeito passa, obrigatoriamente, por pagamento digno e pontual.
Cadê o dinheiro dos nossos artistas?
Tem alguma sugestão de pauta? Fale com o colunista Jhoseff Bulhões pelo e-mail: jhoseffbulhoes@gmail.com
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