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Semana em PautaCOLUNA

Semana em Pauta

Edir Viegas

Campo Grande e Cuiabá

17 outubro 2025 - 07h00

Além do fato de que outrora foram municípios situados no mesmo Estado da Federação, o Mato Grosso uno, Campo Grande e Cuiabá guardam hoje, dentre tantas outras, nova importante similaridade: ambos disputam a última colocação entre as capitais com a pior situação fiscal no País. É o que mostra estudo anual da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, que por meio do Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF), atesta essa triste realidade.

• Calamidade financeira

Em Cuiabá, o fanfarrão ex-deputado federal Abílio Brunini (PL), alçado ao cargo de prefeito por conta das lacrações nas redes sociais quando no parlamento integrava a Bancada da 5ª Série, que inclusive conta com representante de Mato Grosso do Sul, estuda editar pela segunda vez no espaço de 10 meses de mandato, novo decreto de calamidade financeira. No primeiro decreto, em janeiro, Brunini determinou 180 dias de calamidade e redução de despesas em 40%, além da reavaliação de licitações e contratos.

• Decreto de contenção

Em Campo Grande, a prefeita Adriane Lopes prorrogou por duas vezes decreto de contenção de gastos editado em março. Revigorado em junho e novamente em setembro, a medida tem validade até 31 de dezembro. A meta é reduzir em até 25% as despesas com o custeio da máquina, principalmente em função do fato de o município ter extrapolado o limite prudencial de gastos com a folha salarial.

• Resultados inexpressivos

Tanto lá quanto cá, os resultados até agora alcançados pelas medidas de austeridade são pífios. Em ambas as capitais a população continua sofrendo, principalmente com o caos na Saúde publica, além de enfrentar os reflexos negativos em outras áreas, como na Educação e Assistência Social.

• Muita disposição

Ao fim e ao cabo, pelo menos aparentemente, não falta a Brunini e Lopes a disposição de buscar o equilíbrio fiscal. O que falta mesmo, para ambos, é capacidade de gestão, deficiência também conhecida popularmente como incompetência.

• Câmara também sentiu

O caos financeiro instalado na prefeitura de Campo Grande acertou em cheio, além da população, seus representantes. A queda na arrecadação municipal afeta o volume de repasses feito à Câmara Municipal, já que o duodécimo é definido com base no dinheiro que entra nos cofres públicos.

• Menos trabalho, menos dinheiro

Na quinta-feira (16), o presidente da Casa, vereador Epaminondas Neto, o Papy, anunciou medidas de austeridade que preveem corte de 5% nas despesas. Uma delas atinge os gabinetes dos vereadores, que terão de exonerar assessores ou reduzir salários. O encargo fica a critério de cada um dos 29 (!) parlamentares. A carga horária de trabalho também foi reduzida, já há algum tempo, de integral para meio expediente.

• Eufemismo

De acordo com o vereador Papy, não se trata de corte de salários. “O que está sendo feito é um ajuste no saldo dos gabinetes, que cada vereador pode administrar da forma que achar melhor”. “Ajuste” é um termo difícil de se encaixar numa situação dessas. Tem mais a ver com eufemismo para tornar mais palatável a diminuição de salários. A verdade, nua e crua, é que demorou um pouco, mas a conta chegou também para as excelências.

• Trabalho reduzido

Resolução estabelecendo dois períodos de recesso no final do ano aos servidores municipais foi publicada na edição de quinta-feira (16) do Diário Oficial de Campo Grande. O primeiro deles é de 22 a 26 de dezembro, por causa do Natal, e o outro, de 29 de dezembro de 2025 a 2 de janeiro de 2026, por conta do Ano Novo.

• Trabalho extra

Os interessados só podem escolher um deles, mas precisam se revezar para que os serviços essenciais continuem funcionando, principalmente o atendimento ao público. Quem decidir parar nesses dias terá que compensar depois as horas não trabalhadas. Não existe almoço grátis.

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