O que antes era apenas indigesto, agora se tornou também intragável. Assim vêm sendo considerados pela cúpula do PL os deputados Marcos Polllon e Henrique Catan, em especial sob a perspectiva do comportamento de ambos ao não comparecerem ao ato de filiação do ex-governador Reinaldo Azambuja ao partido. O ex-tucano assume a presidência regional da sigla já na condição de pré-candidato a senador.
• Assim não, Marcos!
O mais revoltado é Pollon, que em passado recente, ao ter a candidatura a prefeito de Campo Grande preterida pela cúpula do PL em favor do apoio da sigla ao tucano Beto Pereira, garantiu ser mais fácil “cortar as bolas” do que “votar no PSDB”. Agora, ao ser novamente escanteado pelo PL na pretensa candidatura ao Senado, anunciou ser candidato a governador. “Pollon deveria parar com isso”, limitou-se a dizer Valdemar da Costa Neto, presidente nacional dos liberais.
• Boca suja
A situação do deputado está complicada não apenas em Mato Grosso do Sul, mas também em Brasília, já que enfrenta a ameaça a de ter o mandato suspenso por 120 dias por ter se amotinado contra o presidente da Casa, deputado Hugo Motta, a quem publicamente chamou de “bosta” e “baixinho de um metro e 60”. Deu no que deu.
• Goela abaixo
Já Henrique Catan, mais comedido, foi às redes sociais dizer que “a velha política tenta nos engolir”, ao se referir à filiação de Reinaldo Azambuja ao PL. E escalou: – Querem soterrar neste dia duas candidaturas, a do Presidente Bolsonaro e a candidatura da direita ao Governo de MS. Não funcionará, sairemos mais fortalecidos deste processo. Nem uma coisa, nem outra. Pelas nuvens que se formam no horizonte, parece que ele já foi engolido pela “velha política”, apesar de indigesto.
• Nova frente da direita
Por conta da rebeldia, Pollon recebeu convite para se filiar ao Novo, do governador mineiro Romeu Zema. A informação é do presidente estadual da sigla, Gustavo Scarpanti, que diz ter estendido a proposta ao ex-deputado estadual capitão Contar, ainda no final do ano passado. Catan ficou de fora. A ideia é a formação de candidatura alternativa ao governo do Estado, incluindo-se aí vaga no Senado, no campo da direita. Apesar de as negociações não terem avançado, o flerte continua. A ver.
• Multas geram suspeição
Dois desembargadores declinaram de julgar apelação da gestão Adriane Lopes contra decisão que determinou a suspensão das multas geradas irregularmente por radares em Campo Grande. O primeiro a se declarar suspeito, sem alegar os motivos, foi Odemilson Roberto Castro Fassa. Na quarta-feira, foi a vez de Paulo Alberto de Oliveira. O motivo: ele é um dos 320 mil motoristas multados por esses equipamentos. A lista de impedidos por suspeição tende a aumentar.
• Novo conselheiro do TCE
Faltando 49 dias para a aposentadoria do conselheiro Jerson Domingos, o que deve ocorrer no dia 14 de novembro, aumentam as especulações em torno do nome de seu substituto no Tribunal de Contas. A primazia é do braço direito do ex-governador Reinaldo Azambuja, Sergio de Paula, cujo aval depende da Assembleia Legislativa antes de ter o nome ser referendado pelo governador Eduardo Riedel. A rádio peão aponta outros eventuais postulantes ao cargo, que estariam correndo por fora. Mas parece que tudo não passa de mera especulação. Muita espuma e pouca onda.
• Fora do governo ainda em 2025
Jaime Verruck, Eduardo Rocha e Marcelo Miranda devem desembarcar do governo Riedel ainda no mês de dezembro, informou o Correio do Estado na edição desta sexta-feira (26). O primeiro almeja vaga na Câmara dos Deputados e os demais sonham em se aninhar na Assembleia Legislativa. O prazo para a desincompatibilização estabelecido pela lei eleitoral é abril de 2026, mas para não atrapalhar a gestão, o governador teria optado por iniciar o ano eleitoral já com uma nova equipe montada. A lista de afastamentos ainda tende a aumentar.
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