Durante a Cúpula dos Chefes de Estado do BRICS que ocorreu no domingo (6), no Rio de Janeiro (RJ), o presidente Lula apontou a necessidade de à justiça tributária e combate à evasão fiscal, para o desenvolvimento e o crescimento sustentável do mundo. O encontro, realizado sob o tema “Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável”, segue nesta segunda-feira (7), com a sessão plenária “Meio Ambiente, COP 30 e Saúde Global”.
Lula defendeu a revisão do sistema de cotas no Fundo Monetário Internacional (FMI), afirmando que os votos dos países do BRICS na instituição deveriam corresponder a pelo menos 25% do total, enquanto atualmente respondem por 18%.
“As estruturas do Banco Mundial e do FMI sustentam um Plano Marshall às avessas, em que as economias emergentes e em desenvolvimento financiam o mundo mais desenvolvido. Os fluxos de ajuda internacional caíram e o custo da dívida dos países mais pobres aumentou. Três mil bilionários ganharam US$ 6,5 trilhões desde 2015. Justiça tributária e combate à evasão fiscal são fundamentais para consolidar estratégias de crescimento inclusivas e sustentáveis, próprias para o século XXI”, destacou.
Ele também apontou a necessidade de se promover uma reforma na Organização Mundial do Comércio (OMC).
Na tarde deste domingo, os líderes dos países-membros do BRICS assinaram a Declaração sobre Governança Global da Inteligência Artificial. O conjunto de diretrizes pretende promover a implantação e o uso responsável de tecnologias de IA para o desenvolvimento sustentável e o crescimento inclusivo. No texto, os líderes reconhecem a inteligência artificial e alertam para a necessidade de que a IA mitigue riscos e atenda às necessidades de todos os países, em especial os do Sul Global. “O desenvolvimento da Inteligência Artificial não pode se tornar privilégio de poucos países ou um instrumento de manipulação na mão de bilionários. Tampouco é possível progredir sem a participação do setor privado e das organizações da sociedade civil ", avaliou Lula.
O presidente citou, ainda, a ideia de fazer um estudo de viabilidade para o estabelecimento de cabos submarinos ligando diretamente membros do BRICS, o que, segundo ele, “aumentará a velocidade, a segurança e a soberania na troca de dados”.
Neste domingo, a Cúpula do BRICS contou com a sessão plenária “Paz e Segurança e Reforma da Governança Global” pela manhã. Esses debates foram ampliados em almoço de trabalho. Na abertura do evento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfatizou o potencial da diversidade do BRICS para promover a paz e mediar conflitos. Em declaração oficial divulgada após essa sessão, os líderes do BRICS defenderam o multilateralismo e a reforma da ONU.
O BRICS representa 48% da população mundial, 36% do território do planeta, 40% do PIB global e 21,6% do comércio, sendo formado por 11 países membros: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. Serve como foro de articulação político-diplomática de países do Sul Global e de cooperação nas mais diversas áreas.
Guiada pelo lema "Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável", a presidência brasileira em 2025 se concentra em duas prioridades: cooperação do Sul Global e parcerias para o desenvolvimento social, econômico e ambiental.
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Lula discursa na Cúpula dos Chefes de Estado do BRICS (Ricardo Stuckert/PR)




