Menu
Menu
Busca sábado, 06 de dezembro de 2025
CCR Vias - Movida - Nov-Dez25
Justiça

Covid-19: Justiça impõe à União o dever de adotar medidas baseadas nas diretrizes da OMS

O processo judicial aberto na época do governo Bolsonaro chegou a um desfecho

18 julho 2025 - 09h37Vinícius Santos

A Quinta Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) decidiu, de forma unânime, que o Governo Federal deve respeitar as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e dos órgãos técnicos do Ministério da Saúde em manifestações oficiais sobre a pandemia de covid-19. A decisão foi comunicada no último domingo (13) ao Ministério Público Federal (MPF) no Pará.

O caso teve início em abril de 2020, quando o MPF moveu uma ação contra a União. Segundo o MPF, o governo, por meio de discursos do então presidente Jair Bolsonaro (PL) e da campanha publicitária “O Brasil Não Pode Parar”, minimizou a gravidade da pandemia, enfraqueceu o isolamento social e colocou em risco a saúde da população. O órgão também apontou o risco de genocídio indígena no Pará.

Em primeira instância, em agosto de 2020, a Justiça Federal do Pará rejeitou o pedido do MPF, alegando que não caberia ao Judiciário interferir nas políticas públicas e que as declarações do presidente estavam protegidas pela liberdade de expressão. Na época, a sentença reconheceu as contradições nos discursos, mas considerou que elas não tiveram grande repercussão social.

O MPF recorreu da decisão, argumentando que a Constituição obriga o governo a adotar medidas baseadas em evidências científicas. O recurso foi julgado pelo TRF1, e o relator do processo, juiz federal João Paulo Pirôpo de Abreu, destacou que as falas oficiais do governo geraram desinformação e prejudicaram as ações de combate à pandemia.

Segundo o magistrado, “ficou demonstrado que as autoridades do governo federal emitiram manifestações contraditórias quanto à gravidade da pandemia, o que gerou insegurança e desinformação na sociedade, comprometendo a eficácia das medidas sanitárias”.

O julgamento ocorreu após solicitação feita pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão no Pará, que instaurou em fevereiro de 2024 um inquérito civil para acompanhar políticas públicas relacionadas à memória, verdade, justiça e reparação sobre a pandemia. A iniciativa foi motivada por contato do Centro de Estudos e Pesquisas de Direito Sanitário da Universidade de São Paulo (Cepedisa/USP), que monitora a atuação do governo federal durante a crise sanitária, com apoio da Conectas Direitos Humanos.

O processo judicial tramita sob o número 1010805-66.2020.4.01.3900 e o inquérito civil aberto tem o número 1.23.000.002621/2024-53.

JD1 No Celular

Acompanhe em tempo real todas as notícias do Portal, clique aqui e acesse o canal do JD1 Notícias no WhatsApp e fique por dentro dos acontecimentos também pelo nosso grupo, acesse o convite.

Tenha em seu celular o aplicativo do JD1 no iOS ou Android.

Reportar Erro
UNIMED São Julião

Deixe seu Comentário

Leia Também

Urna eletrônica
Justiça
TSE encerra teste público de segurança das urnas eletrônicas
Caso Marielle caminha para sua resolução
Justiça
STF marca julgamento sobre morte de Marielle Franco e Anderson Gomes
Letícia foi atingida pelo ônibus a caminho da universidade
Justiça
TJMS nega liminar para soltura de motorista que atropelou e matou jovem em Coxim
Advogados devem peticionar novos processos previdenciários pelo eproc em 10 cidades de MS
Justiça
Advogados devem peticionar novos processos previdenciários pelo eproc em 10 cidades de MS
Adriane Lopes -
Saúde
Adriane tenta suspender promoção de médicos alegando crise, mas desembargador nega
Filho e pai -
Justiça
Justiça absolve acusado de matar o pai a facadas e aplica internação por tempo indeterminado
A prisão foi efetuada pela Força Tática da 11ª CIPM (Companhia Independente da Polícia Militar)
Polícia
Foragidos da Justiça, envolvidos em roubo, são capturados pela PM na região norte
OAB/MS tem liminar suspensa pela Justiça Federal no caso do golpe do falso advogado
Justiça
OAB/MS tem liminar suspensa pela Justiça Federal no caso do golpe do falso advogado
Deputado federal Chiquinho Brazão, preso desde março sob a suspeita de ser um dos mandantes do assassinato de Marielle Franco
Justiça
Moraes pede data para julgar réus pelo assassinato de Marielle Franco
Deusa da Justiça, monumento no fórum de Campo Grande -
Justiça
Fabricante de bicicleta elétrica terá que indenizar consumidor em mais de R$ 25 mil após acidente

Mais Lidas

Dupla foi presa em flagrante pelo homicídio
Polícia
Mulher foi assassinada na BR-262 pela prima após descobrir drogas em guarda-roupa
Imagem ilustrativa
Polícia
Mulher é presa por cortar virilha do filho de 6 anos para evitar abuso
Divulgado lista de inscritos para apartamentos no Jardim Antártica
Cidade
Divulgado lista de inscritos para apartamentos no Jardim Antártica
Mária de Fátima, morta pela prima e jogada na BR-262, em Campo Grande
Polícia
Morta pela prima, mulher se refugiava na Capital após fugir de violência doméstica em MG