A visita do Papa Francisco ao Rio de Janeiro pode ser considerada um evento marcante pela importância do momento político, econômico e social em que o país está vivendo. Além disso, vai conseguir reunir um grande número de jovens do mundo inteiro que irão participar da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em um país em que continua sendo a maior nação católica do mundo, mesmo com a redução no número de fiéis ao longo das últimas décadas, de acordo com o IBGE. O Papa Francisco tem um diferencial ao apresentar um discurso afinado com o da população brasileira e uma mensagem atual para a juventude com uma pregação ética de humildade.
Olhando para a Madri em 2011 alguns pontos políticos semelhantes se repetem com diferentes geradores. A crise institucional vivida pela Espanha gerada por uma oligarquia política envelhecida encontra semelhança com a crise brasileira deflagrada nas ruas pedindo uma nova postura dos políticos e política brasileira que encontram-se, provavelmente, na maior crise de representatividade entre os poderes da nova República. Se a JMJ de Madri aconteceu em um clima de insatisfação política do povo que teria na eleição de novembro o seu escoadouro, no Brasil, a eleição está ainda a um ano de seu desenrolar.
Voltando ao Brasil, ver o centro da cidade do Rio de Janeiro cheio de grupo de jovens de diversas partes do mundo, caminhando e por que não, passeando, juntos, abraçados, e alguns enamorados. O sorriso, expressão da alegria interior, vem com certeza de algo maior, que supera a distância, a língua, a cultura, e ouso dizer até a teologia cristã romana, tão dogmática quanto multifacetadamente divergente. Estes jovens estão em busca do Cristo apolítico, justo e ético.
Queria destacar algumas notas sobre o Papa que percebendo cativaram-me: a simplicidade, a negação da opulência, a postura pastoral, o discurso franco, as decisões éticas, o combate à corrupção na Igreja, sua identificação pessoal com sua missão... Sei que ele não é vicário nem o vigário, que muitos acentos teológicos fazem a Palavra adquirir tom menor, e que desejaria fosse ele mais Francisco como o São e menos Papa como o Bento.
Jouberto Heringer - reverendo e professor, atua como capelão da Faculdade Mackenzie Rio e clérigo Presbiteriano.Reportar Erro
Deixe seu Comentário
Leia Também

Opinião
OPINIÃO - Conexão vital com a natureza: um elo que não podemos perder

Opinião
OPINIÃO: Seguro de vida militar: Conheça seus direitos e quando buscar orientação jurídica

Opinião
OPINIÃO - Mordidas em Bonito: quando o peixe abocanha sem anzol

Opinião
OPINIÃO: Representação parlamentar caolha

Opinião
Opinião - Verificação KYC: O que é e como funciona?

Preto no Branco
Preto no Branco: Retorno de desembargadores dura menos de 24h

Preto no Branco
Preto no Branco: Investigação expõe 'manobra' para beneficiar empresário

Opinião
OPINIÃO: Stalking: O crime que parece roteiro de filme de terror

Preto no Branco
Preto no Branco: Começa a debandada tucana

Preto no Branco