Um relatório preliminar do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) da Força Aérea Brasileira (FAB), divulgado na sexta-feira (6), apontou que os tripulantes voo 2283 da Voepass reclamaram sobre uma falha no “de-icing”, sistema que protege a aeronave contra a formação e acúmulo de gelo nas asas da aeronave.
Segundo o órgão, informações obtidas pelo gravador de dados do avião apontaram que o sistema “airframe de-icing” – responsável por evitar que ocorresse acúmulo de gelo nas asas – foi ligado e desligado diversas vezes, no entanto, não conseguiu esclarecer se o sistema foi desligado pela tripulação ou se houve falha nos sistemas.
O investigador-encarregado da Comissão de Investigação, tenente-coronel aviador Paulo Mendes Fróes, deu detalhes sobre o que foi ouvido nas gravações.
"Existiram duas vezes nos gravadores de voz [reclamações sobre o antigelo]. Na primeira delas, o piloto comenta que houve uma falha no sistema de airframe. Em um segundo momento, o co-piloto comenta exatamente esta frase: 'Bastante gelo'", explicou.
Segundo o Cenipa, havia muita umidade combinada com temperatura abaixo de 0ºC na data do voo, o que favoreceu a ocorrência de Formação de Gelo em Aeronave (FGA) Severa desde a região centro-norte do Paraná até São Paulo.
Os investigadores informaram que aeronave estava em condições de voar em situação de gelo, com as manutenções em dia, além de apontar que o piloto, co-piloto e demais tripulantes tinham qualificação e experiência neste tipo de voo e que em nenhum momento foi declarada emergência aos órgãos de controle do espaço aéreo ou para outras aeronaves que pudessem estar próximas.
“É importante destacar que não existe um fator único para um acidente, mas diversos fatores contribuintes. No caso do PS VPB [a aeronave da Voepass], a perda de controle da aeronave ocorreu durante o voo sob condições favoráveis à formação de gelo, mas não houve declaração de emergência ou reporte de condições meteorológicas adversas”, ressaltou Fróes.
A investigação deverá seguir três principais linhas de ação, que são fator humano - que irá apurar o desempenho da tripulação técnica ante a situação; fator material - que investigará a condição de aeronavegabilidade, com especial atenção aos sistemas anti-icing, de-icing e de proteção contra a perda de sustentação da aeronave; e o fator operacional - que analisará os elementos relacionados ao ambiente operacional que podem ter levado ao acidente.
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